domingo, 30 de março de 2014

Ressonância 47º

  Capitulo Quarenta e Sete

Espelho d' Água - Parte 3

  Samira estava desesperada. Diego não se mexia, e muito menos estava acordado. Precisava leva-lo a um hospital urgentemente.
  O fato de Kaze ter aparecido não mudou o ritmo de ataques dos Onis. Lukas tinha ordenado que o espírito ataque-se o velho que tinha ferido Diego, e Kaze não iria atacar mais ninguém além dele.
  Samira viu os onis se aproximando, tinha que atacar, mas não podia deixar Diego ali.
  Se levantou e enxugou as lágrimas que não caiam dos olhos. Ficou entre os Onis e Diego e se preparou para o confronto.

 Kaze não teve dificuldades para chegar até o velho. Muitos Onis tentaram para-la, mas simplesmente passaram pelo corpo do espírito e caíram do outro lado. Em questão de segundo, ela estava frente a frente com o inimigo.
  - Você é uma companheira deles? - Perguntou o homem.
  - Fui invocada para mata-lo, não para responder a suas perguntas. - Disse Kaze totalmente seria - Você feriu o amigo do meu portador e pagará o preço por isso.
  Um velho deu risada.
  Kaze pareceu se ofender com aquela risada e foi a primeira a atacar.
  Esticou o braço em direção ao velho. O vento começou a mudar de direção, e se concentrar na mão de Kaze. Era difícil de ver, mas se prestar a atenção, via-se que uma bolha de ar se formava na mão do espírito.
  O Oni não pareceu se importar, mesmo quando o ataque foi lançado. Kaze lançou aquela bolha meio invisível em direção ao inimigo. O Oni colocou os dois braços em frente ao rosto para se proteger. O choque com o ataque de Kaze vez com que ele fosse empurrado para trás, mas não houve nenhum tipo de dano.
  - Seus poderes são inúteis contra mim. - Disse o velho.
  Kaze não pareceu ouvir. Ela desapareceu no ar e reapareceu atrás do inimigo, dando um soco em suas costas, fazendo surgir um tufão que lanço-o longe. Porem, isso não resolveu muito. O velho caiu em pé e sorriu para a garota.
  - Eu disse - Gabou ele.
  Kaze desapareceu novamente e apareceu atrás de Oni. Antes que ela pudesse atacar, o velho virou-se e foi golpeá-la nas costelas. Kaze desapareceu e reapareceu a alguns passos atrás do local onde estava.
  - Você não pode me acertar. - Disse Kaze gabando-se - Meu corpo é feito de minha magia. Ninguém pode golpear o próprio ar.
  O velho sorriu e correu em direção ao espírito e deu um giro para dar-lhe um chute no mesmo local do ultimo ataque. Dessa vez Kaze permaneceu imóvel, confiante que o ataque não iria causa-lhe nenhum mal. E esse foi seu pior erro.
  O chute acerto em cheio, fazendo com que Kaze fosse jogada contra uma das poucas arvore que restara. Até mesmo com a arvore, seus poderes de impermeabilidade funcionaram e ela quase quebro o tronco do vegetal com o próprio corpo.
  - Nani(1) - Gemeu Kaze.
  - Kaze - Gritou Lukas preocupado.
  Ela voltou a ficar de pé e partiu de encontrou com o Oni. Tenho que ajuda-la. Pensou Lukas.

  Trevor voltou sua atenção aos Oni após a invocação de Kaze. Havia pouco mais que uma dúzia de Onis aos seu redor, e isso o animava.
  O primeiro que se aproximou foi cortado ao meio em uma velocidade incrível. Os outros já ficaram mais espertos e não iriam agir por impulso. Os que restavam ficavam rodeando a espera de uma brecha. Trevor examinava cada um com os olhos, tentando entender seus pensamentos.
  Dois vieram um de cada lado na intenção de atacar caso Trevor tentasse matar um primeiro. E ele já esperava por isso. Ele colocou a foice na horizontal e bateu com o cabo no que vinha atrás e por consequência a lamina cortou o da frente, mas não um corte fatal. Isso deu a Trevor tempo suficiente para decepar a cabeça do oni que vinha atrás. O que tinha sido cortado tentou se levantar, mas o ferimento impedia seu procedimento. Trevor girou a foice no ar e desceu a lamina, fincando o objeto nas costas do inimigo.
  Os outros, vendo que pensar não iria dar certo, agiram juntos e foram todos atacar o garoto. Há algo errado. Pensou Trevor. Ele não são de fazer coisas desse tipo. 
  Tomando impulso com o cabo da foice, Trevor chutou a cara do primeiro oni que se aproximou. Quando colocou os pés no chão, apertou a mão contra o cabo da foice e cortou dois onis.
  Sem tempo para parar, ele deslizou pelo chão se desviando das garras de um inimigo e cortou mais alguns, que nem mesmo ele sabia quantos eram.
  Se levantou e preparou para o próximo ataque, quando sentiu algo em suas costas. Um oni estava com as garras nas costas de Trevor, porém curioso pelo fato de nada ter acontecido, Trevor virou o rosto e deu um sorriso largo para o inimigo. Sua foice cortou ele e mais um que estava atrás.
  Os que restaram rugiam e ameaçavam, porem mantinham distancia. Medo talvez. Trevor deu uma geral no local e encontrou Samira desesperada em pé na frente de Diego caído. Ela usava armas e setas para manter os Onis longe do amigo.
  Tenho que ajuda-la. Pensou ele.
  Trevor correu, cortando com a foice qualquer um que tentasse cruzar seu caminho. Em segundos ele já estava ao lado de Samira, e conseguiu contar oito onis mortos no caminho.
  - Trevor - Samira não conseguia falar - Diego...
  - Você protege ele - Disse Trevor.
  Os onis que estavam atacando Trevor se juntaram aos que atacavam Samira e Diego. Havia cerca de quarenta deles ali, um numero considerado por Trevor como fácil para intermédio.
  - A batalha acaba de começar - Sussurrou Trevor.

  Após Kaze voltar a atacar o velho, Lukas começou a ajuda-la. Kaze formava laminas de vento que cortava onis e arvores, mas não surtia efeito no alvo. As flechas eram a única coisa que causava algum ferimento, porém até mesmo as flechas pareciam reduzir a velocidade quando chegava perto dele.
  - Tolos não perceberam até agora - Disse o velho - Eu sou um Oni anti-vento. Meu poderes me permitem negar qualquer efeito relacionado ao elemento ar.
 Kaze não pode vence-lo, invoca-la não foi uma boa ideia. Estou torturando a própria Kaze. Mandei ela vencer um cara que ela não pode nem ferir. Pensou Lukas se condenando.
  - Lukas - Gritou Kaze - Não posso permanecer aqui por muito mais tempo, temos que vence-lo antes que seja tarde demais.
  Lukas concordou e os dois foram ao ataque. Kaze sabia que ferir o inimigo estava fora de questão, mas poderia pelo menos chamar sua atenção para que Lukas encontra-se uma abertura para mata-lo.
  Kaze criou dois pequenos redemoinhos de vento. Indo um para cada lado, eles se chocaram com o Oni, que não pareceu sentir nada.
  - Isso não vai funcionar - Dizia o velho alegremente.
  - Na verdade - Disse Kaze - Funcionou muito bem.
  Lukas estava perto o suficiente para ataca-lo. Pegou uma flecha e colocou no arco. O velho o acertou no peito e Lukas saiu rolando pelo chão.
  Kaze jogou seus ventos e parou seu portador antes que ele acertasse a mesma arvore que ele tinha sido jogada. Cansada de não conseguir levar aquela batalha para lugar nenhum, ela fez um tufão se formar em sua mão e jogou contra o adversário. Ela sabia que um ataque só não iria feri-lo, mas e se o ataque for continuo?
  Lukas viu que Kaze criara uma espécie de redemoinho gigante e não parava de lançar sobre o velho. Ele se levantou e preparou mais uma flecha. Respirou fundo e correu contra o inimigo.
  Quando chegou perto, viu que o tufão havia desaparecido.
  - Meu tempo aqui acabou, boa sorte - Disse Kaze e desapareceu.
  Lukas viu que seu tempo estava acabando, correu o máximo que pode e se jogou no chão, escorregando pela grama, pronto para atirar no pescoço do velho quando estivesse embaixo dele.
  Chegou perto, estava pronto, quando sentiu algo puxa-lo para cima.
  Quando olhou estava a dois metros do chão e ainda não sabia dizer o que estava segurando-o.
  Seja lá o que o prendia, começou a chacoalhar e move-lo de um lado para o outro. No momento que estava naquele zig zag, viu uma pequena arvore de tronco fino, e se encolheu. O impacto foi muito forte, e fez com que ele perdesse o ar nos pulmões. Mais três arvores destruídas por seu corpo e Lukas começou a perder os sentidos. Seu corpo já não se movia.
  - Você é um fraco. - Disse o homem.
  E jogou o garoto no lago. O corpo caiu na água e afundou quase que de imediato.
  Enquanto afundava, Lukas permanecia imóvel, esperando que se afogasse. E aquela risada curta e feminina ainda ecoava em sua cabeça.
  Mas... Mas, quem é você?

  Samira e Trevor estavam indo muito bem. Um grupo de onis se aproximaram de Samira e todos foram mortos por suas colts. Trevor matava o dobro de Samira, e ele mal saia do lugar.
  A garota sentia sua energia desaparecendo aos pouco e sabia que se aquilo não acabasse logo, tudo estaria perdido. Tinha escutado vários barulhos de arvores se partindo e estava preocupada com Lukas, já que não podia mais vê-lo. Um oni atacou-a e se não fosse pelo Trevor, Samira levaria o golpe bem no rosto.
  - Concentre-se Samira. - Disse Trevor.
  - Hai (2).
  Os onis não paravam de aparecer. Samira usou três setas de uma vez e conseguiu empurrar cinco onis. Dois deles morreram esmagados pelos outros.
  Após cortar mais três, Trevor girou a foice e tentou acertar mais um, mas algo o puxou para trás e ele errou o alvo, cortando apenas o vento. Olhou para trás e viu que um oni agarrando sua roupa. Foi jogado para trás e se distanciou de Samira. Se levantou o mais rápido que pode e correu, cortando o oni ao meio e tentando retornar para perto de Samira.
  Caiu de joelhos ao perceber que sua energia havia se esgotado. Samira usou as ultimas setas nos últimos dois onis que tentaram chegar perto de Diego. O oni percebeu que ela estava fora de combate e foi ataca-la com suas garras. Samira fechou os olhos e esperou a dor.
  No lugar ouviu apenas o barulho de metal batendo em metal. Quando olhou, viu Trevor entre ela e o oni. Achou que o amigo havia parado o ataque com a foice, mas percebeu as garras enterradas nas costas, próximas ao ombro direito de Trevor.
  O cabelo impedia que Samira visse os olhos de Trevor, mas pode ver o sorriso em sua face.
  Em uma velocidade impressionante, Trevor virou e atacou o maior numero de Oni que podia, cortava um atrás do outro e conseguia proteger Samira e Diego tudo ao mesmo tempo. O simples sorriso se tornou risadas e por fim gargalhadas. Seus olhos vidrados não parecia mostrar emoção, mesmo estando rindo.
  Este é o Trevor que Samantha havia falado? Pensou ela.

  Lukas viu sua visão embaçar. Aquela risada intrigava ele, mas já não importava de muita coisa, sabendo que iria morrer ali. Quem é você?
   E obteve uma simples resposta. São apenas uma ajuda.
  E sua visão escureceu.

  Havia mais onis do que Trevor imaginava, e por mais que não pudesse ser ferido, estava exausto e tinha ultrapassado o limite do próprio corpo. Tentava ganhar tempo, a procura de um modo de acabar com aquilo tudo.
  Samira estava quase deitada no chão. Se encontrava mais cansada que o amigo. Ela havia tocado no braço de Diego e percebeu que ele estava frio. Temia o pior, e não descansaria ate que ele estivesse em um hospital ou na academia. O que estivesse mais próximo.
  Trevor matou um oni cortando-o ao meio, estando mais devagar, apenas conseguiu se defender do ataque do outro que vinham atrás do oni morto. O impacto fez com que Trevor caísse próximo de Samira. Apoio-se na foice e tentou se levantar. Usava toda a força que lhe restava, mas não parecia ajudar.
  O velho apareceu sorridente.
  - O amigo de vocês já foi, agora é a vez de vocês.
  Ele ergueu a mão e varias raízes saíram do chão e estavam prontas para atacar os três.
  - Matem-nos - Ordenou o velho.
  Uma explosão no lago chamou a atenção de todos. Um pilar de água se erguia no centro da forma irregular do lago. O velho olhou curioso para aquilo, quando alguma coisa longa e fina saiu de la e cortou o braço levantado dele. As raízes caíram junto com o braço do velho. Um urro de dor ecoou pelo campo.
  O pilar de desfez e de la apareceu uma pequena menina que tocava a água apenas com as pontas dos pés. Tinha uma expressão seria no olhar e não estava la para brincadeiras. Tinha cabelos azuis safira, longos e soltos. Usava um vestido bufante infantil degrade, onde começava com um verde água e quando chegava na cintura começava a escurecer e terminava com um azul marinho na borda do vestido. A gola também era azul.
  Usava uma sapatilha com amarra que ia por toda sua perna. Havia uma pulseira feita de pérolas azuis em cada pulso e em cada ponta da sapatilha continha as mesmas pérolas.
  Sem dizer nada, a garota olhou para o velho, seus olhos não mostravam emoção e parecia não diferenciar amigo do inimigo.
  Em uma fração de segundos, seu corpo se tornou água e juntando-se com a água do lago, avançou contra o velho.
  Vendo que o ataque não envolvia o vento, o velho entrou em desespero. Não deu tempo de fugir, pois a garota já tinha envolvido ele em uma bola feita de água e o mantinha lá dentro. Alguma coisa começou a acontecer naquela bola. Como se o oni fosse atacado lá dentro pela garota e ele não pudesse fazer nada para impedir.
  Por fim, seu corpo se desfez em fumaça negra após ter seu corpo dilacerado. Os outros onis, vendo o que havia acontecido, fugiram desesperados para as sombras das arvores.
  A água tomou forma de pequena criança, que começou a andar em direção a Samira e Diego.
  - Para trás - Gritou Samira abraçando o corpo de Diego.
  - Saia humana - disse a garota fazendo um gesto com a mão, como se Samira não fosse nada além de um inseto para ela.
  Samira não obedeceu e permaneceu onde estava.
  - De licença a ela Samira - Disse Trevor - Ela não é um inimigo. Matou o oni. Além de que, ela é um espírito invocado por Lukas.
  - O que? - Disse Samira, olhando de ponta a ponta a garotinha.
  Ela saiu de cima de Diego, mas permaneceu próxima. A garotinha se aproximou e ajoelhou ao lado de Diego. Uma pequena quantidade de água saiu de sua mão e foi para o ferimento exposto do garoto. A água deu um pequeno brilho e logo voltou para a mão da menina.
  - Isso é o máximo que posso fazer - disse ela - Devem leva-lo a alguém que possa curar isso. E por favor, tirem aquele garoto da borda do lago.
  A garota deu meia volta e foi em direção ao lago, quando entro, de vez afunda, ela caminhou sobre a água. Virou para trás para dar uma ultima olhada e sua forma se desfez na água, deixando Samira e Trevor sozinhos, com Diego semi-morto e Lukas desacordado na borda do lago.
  - Vamos - Disse Samira usando a força que lhe restava para se levantar - Temos que levar esses dois para a academia.
  - Temos que descansar um pouco... - Começou a dizer.
  - Iie (3) - Gritou Samira com os olhos cheios de lágrimas - Temos que leva-los para a academia, todos nos passamos por momentos ruins hoje, e precisamos de ajuda, principalmente Diego.
  Trevor não retrucou, apenas respondeu.
  - Vamos fazer um curativo pra ele e depois partimos.
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(1) - O que?
(2) - Sim
(3) - Não

domingo, 23 de março de 2014

Ressonância 46º

Capitulo Quarenta e Seis

Espelho d' Água - Parte 2

  O primeiro ataque não veio da terra, mas sim do ar. Dez criaturas aladas sobrevoavam o lago, esperando a oportunidade para dar o primeiro rasante. Um desceu em direção a Trevor. O garoto percebeu o inimigo a tempo e se abaixou. A criatura passo agarrando o vento, porem não satisfeita, voou no alquimista mais próximo dele.
  Garras fortes e negras foram enterradas nos ombros de Diego, erguendo-o no ar. Ele sentiu seus pés saírem do chão, seu peso diminuir e um pequeno frio na barriga. Começou a se debater para tentar se desprender daquelas garras.
  - Larga - Gritou ele.
  A criatura não voava alto, mas rápido e fazia com que Diego batesse nas poucas arvores que eram reais. Com os braços na frente do rosto, Diego tentava se proteger dos galhos que chicoteavam em seu corpo.
  Lukas viu a cena, e mais que depressa, colocou uma flecha no arco e atirou contra o voador. A flecha acertou bem na cabeça do Oni, fazendo com que ele se dissolvesse em fumaça negra.
  Diego caiu de cara na grama. Lukas observou até amigo se levantar para ver se ele estava bem. Como se nada tivesse acontecido, Diego limpou a roupa apos se levantar e ativou sua espada, pronto para cortar qualquer um que aparecesse em seu caminho.
  Uma risada feminina chamou a atenção de Lukas. Ele olhou de um lado para o outro a procura da dona da risada, mas nada encontrou. Viu Samira encurralada por vários Onis, o que descartou-a da lista.
  Isso só poder ser minha mente me pregando uma peça. Pensou ele.
  Samira se encontrava encurralada. Seis onis estavam diante dela, todos de nível baixo, porém perigosos. Alguns riam e outros rugiam, Samira não consegui diferenciar as duas coisas.
  Levou a mão até os cabelos e retirou um dos hashis. Quando o oni que estava  bem a sua frente rugiu, ela mirou a colt e deu um tiro, estourando a cabeça do inimigo.
  Os outros, vendo o que havia acontecido, ficaram mais espertos e foram em direção a garota.
  Com três tiros vindo de uma única colt, Samira conseguiu matar mais um, mas os outros estavam perto demais para ela seguir o mesmo processo. Tirou o outro hashi, e começou a atirar com as duas no mais próximo deles. Na mesma quantidade de tiros, matou dois. Deu alguns passos para trás, tomando um pouco mais de distancia dos outros dois que se aproximavam.
  Mirou para acertar o mais próximo, quando foi surpreendida com o outro levantando o que seria uma pata para acerta-la. Virou a arma para ele e atirou, um único tiro não iria adiantar, isso ela sabia, mas não tinha outro método.
  Trevor apareceu no ultimo instante e cortou o oni ao meio. Samira agradeceu mentalmente e voltou sua atenção ao ultimo que restara e matou com a mesma facilidade que tinha matado o primeiro.
  Trevor sentiu algo agarrar seu corpo e foi jogado para o outro lado do lago. Caiu próximo ao Lukas, que se defendia dos Onis terrestre enquanto tentava matar os aéreos.
  Estão usando a tática de isolamento. Pensou Trevor. Estão nos separando. 
  Olhou a procura do autor do arremesso, mas era difícil distinguir naquela briga toda. Então correu em direção a Lukas para ajuda-lo a se livrar dos Onis terrestre. Quando se aproximo, um dos onis o notou e foi ataca-lo. Trevor se abaixou no instante que o inimigo iria golpeá-lo no rosto, e já aproveitando a oportunidade, atacou com a foice, cortando as pernas do inimigo.
  - Acabe com aqueles seres - Disse Trevor para Lukas apontando para os onis alados.
  - Hai (1) - Gritou Lukas.
  Enquanto um atirava suas flechas para acertar os inimigo que vinham de cima, o outro atacavam os onis que vinham da frente.
  Lukas acertou dois deles antes que pudesse perceber. Mirou mais uma flecha para acertar o terceiro, quando viu um oni terrestre se aproximando, deu um pulo para trás e quase tropeçou no próprio pé. Trevor cortou aquele onis com facilidade e foi em direção ao próximo.
  De vez em quando, Lukas olhava para o outro lado do lago a procura dos amigos.
  Novamente escutou uma risada, dessa vez mais forte. Olhou novamente de um lado para o outro, mas não viu nada, de novo.
  Se descuidou e um aéreo tentou agarra-lo com suas garras. Lukas se jogou para o lado. Sentiu suas costas queimar e perceber que as garras pegaram de raspão na pele.
  - Lukas, fique atento - Gritou Trevor.
  - Você ouviu essa risada? - Perguntou o garoto.
  - Que risada? - Perguntou Trevor em resposta.
  Isso deixou claro para Lukas que Trevor não tinha ouvido nada. Voltou sua atenção para os onis voadores e matou mais um. Segundo suas contas, faltavam seis deles. Olhou para o céu e só viu cinco. Onde está o outro?
  Trevor deu um giro e cortou mais dois. ele se sentia disposto, o que fazia ele ser mais rápido e forte em batalha. Eram onis de nível baixo, e isso facilitava ainda mais. Virou-se e acertou um onis com o lado oposto da foice. O oni caiu para trás e atropelou mais dois deles. Enquanto ainda estava no chão, Trevor pulou e enterrou a lamina da foice bem no peito do primeiro, acertando os outros dois que estavam embaixo.
   Lukas se abaixou de um oni terrestre e atirou contra um aéreo, que se desfez em fumaça. Ainda estava preocupado com o desaparecimento de um oni alado.
  Se desviando das garras, Lukas matou mais dois dos inimigos e partiu para matar o resto. Deveria ter três deles. Mas só tem dois, cadê o outro? 
  Pegou uma flecha e colocou no arco. Mirou em um dos Onis e atirou, acertando em sua  asa e fazendo com que ele caísse. Trevor viu a criatura se debatendo tentando voar novamente, e antes que pudesse alcançar o seu objetivo, decapitou sua cabeça.
  Pegou mais uma flecha, mirando no ultimo que estava no ar. Estava prestes a atirar quando sentiu algo pesada caindo sobre ele.
  O oni que faltava prendeu Lukas no chão e tentava morde-lo com os dentes que antes ninguém tinha notado. Lukas mantinha seu arco levantado, impedindo a aproximação da boca do inimigo. Olhou para o lado e viu que Trevor estava um pouco ocupado para ajuda-lo. Reunindo toda a força que tinha, colocou os pés próximo a barriga do bicho e o empurrou. O oni foi jogado por cima do garoto e caiu a pouco mais de um metro de distancia. Lukas se levantou e conseguiu atirar com o arco.
  - Só falta um - Sussurrou ele.

  Samira não sabia o que Lukas e Trevor estavam fazendo, mas ela e Diego não estavam indo tão mal. Haviam matado vários onis, e a quantidade deles diminuía aos poucos. Ela sabia que estavam mais habilidosa com as colts, já que usou pouco de suas setas.
  Um oni apareceu e tentou golpeá-la nas costas, ela se abaixou e deu um tiro de baixo para cima acertando seu rosto.
  Diego estava próximo de Samira, e estava animado, por sua habilidade não ser muito útil em combate, era o que menos gastava energia, e isso parecia chamar a atenção dos inimigos, já que a maior horda estava indo em sua direção.
  Pode-se dizer, que Diego não é nenhum espadachim profissional, mas até que ele empunhava a espada muito bem. Cortava oni atrás de oni com destreza e não parecia sentir medo.
  Abaixou-se e cortou a barriga de um. Pulou e cortou a cabeça do outro. Cortou os membros do outro. E assim foi, até ele estar cercado de fumaça negra deixada pelos onis.
  Samira ficou impressionada com a forma de luta de Diego. Tão impressionada que esqueceu da própria luta. Um onis tentou golpeá-la novamente, Samira tentou desviar, mas não foi o suficiente. O ataque a empurrou para trás, e outro oni veio para o ataque final.
  Diego viu o que iria acontecer e pulou na frente para defender Samira, mas era algo que ele nunca tinha feito e deixou a guarda baixa. O velho, que deveria ser o líder deles, apareceu sorridente ao lado de Diego.
  A dor tomou conta do corpo do garoto, e um urro de dor saiu de sua garganta. Samira usou suas setas em forma de um circulo e jogou todos que estavam perto para longe. Ela achou que estava tudo bem, até ver o sangue escorrer pela roupa do amigo e ele caindo no chão.
  Quando viu o ferimento em sua barriga, não conteve o grito de desespero.

  Lukas ouviu um grito dessa vez, um grito feminino e familiar. Samira. Olhou desesperado atrás dela e a encontrou ajoelhada. Suas mãos cheia de sangue e Diego caído na sua frente com o tronco ensanguentado. Primeiro veio o desespero, depois a fúria, aqueles onis haviam machucado o amigo dele. E isso não vai ficar assim. 
  Lukas abandonou tudo o que estava fazendo, deixando de ajudar Trevor. Deu alguns passos até chegar a margem do rio. Seu circulo mágico apareceu no chão embaixo dele. Esticou o braço direito e apontou para o velho, que já não parecia mais um velho.
  - Portal dos ventos - Gritou ele - Exijo uma renovação no contra feito á mim.
  O circulo de Kaze apareceu em seu braço, porem Kaze não.
  Ele não diz isso para invocar a criança. Notou Trevor
  - Sacerdotisa dos pontos cardeais, ignore as leis antigas, ultrapasse os limites. - Continuou ele.
  O circulo começou a mudar de forma, o que antes era apenas um circulo com escritos na borda, agora começa a surgir um desenho no centro. Trevor sabia muito bem que desenho era aquele. Era o símbolo que representava o vento.
  - Deixe sua forma de brisa - Gritou ele - E venha em meu chamado em forma de ventanias. Eu lhe invoco. KAZE.
  O circulo brilho, brilhou como nunca tinha brilhado antes. Um furacão saiu dele tomando forma e dando lugar a uma garota muito familiar para Samira. Era a mesma Kaze que havia aparecido na primeira vez que Lukas a invocou. Uma adolescente de cabelos brancos usando roupas curtas e botas.
  Trevor nunca tinha visto aquela forma de Kaze, e se não presenciasse a transformação diria que eram duas pessoas diferentes.
  - Kaze - Disse Lukas cansado - Assim como quando eu te invoquei pela primeira vez, eu repito, não importa o que aconteça, apenas mate-o.
  Kaze sorriu para ele e em um fração de segundos, já estava do outro lado do lago.

  Samira não estava mais prestando atenção em nada. Estava em choque e sem reação.
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(1) - Sim

domingo, 16 de março de 2014

Ressonância 45º

Capitulo Quarenta e Cinco

Espelho d' Água

  - Quem iria imaginar que teria ataques de Onis aqui? - Perguntou Samira.
  - Estamos mesmo no lugar certo? - Questionou Lukas.
  - '' Rancho Espelho d' Água, aparição de criaturas misteriosas próximas ao lago do local. Sons misterioso. Investigação. Recompensa: C$ 50.000,00'' - Narrou Trevor.
  - É esse preço que me assusta. - Disse Lukas - Quanto maior a recompensa, mais difícil deve ser.
  - Nada melhor que mais um dia de aventura - Disse Diego - Vamos.
  Ele foi acompanhado pelos outros. Ao subirem o pequeno morro, se maravilharam com a bela vista da grande fazenda.
  Um campo que mais parecia uma floresta cor de rosa se espalhava pelo horizonte, as arvores de cerejeira perdiam suas folhas por causa do inverno que se aproximava, porem ainda continham muitas folhas. As arvores se espalhavam e formavam uma espécie de U gigante, tendo no interior uma pequena cabana.
  Os quatro alquimistas foram direto para lá.
  Quanto mais perto eles chegaram, mais detalhes apareciam na cabana. Era uma cabana básica, igual a dos filmes, feita de madeira e janelas de vidro liso e transparente. Havia uma varanda com uma cadeira de balanço e uma mesinha redonda com uma xícara de café. Fumaça no liquido quente mostrava que o dono estava em casa.
  - Olá - Gritou Samira - Alguém em casa.
  - Olá - disse a voz de um homem vindo de trás da casa. - O que querem?
  - Viemos para a missão - Respondeu Samira.
  Um segundo de silencio.
  - Sim - Disse o homem - Venha aqui por favor.
  Os quatro contornaram a cabana e encontraram um homem idoso ajoelhado no chão cuidando de um jardim de flores vermelhas.
  O homem usava um suéter verde com um colete preto, o resto de seu corpo se escondia nas flores, dando a entender que sua calça era da mesma cor que as flores.
  Quando nos viu, apontou para o meio das arvores.
  - O lago fica por ali, sigam reto por mais ou menos vinte minutos e vão avista-lo.
  Direto. Pensou Samira.
  Quando os três perceberam, Trevor já estava entrando entre as arvores.
  - Espera ai - Disse Diego.
***
  Assim como o velho havia dito, os quatro encontraram um lago após vinte minutos de caminhada. Era um lugar lindo de se ver.
  O lago tinha um formato irregular e sua água refletia os galhos das arvores sobre ele.
  - Que lindo - Disse Samira.
  - É de admirar que tenha onis nesse lugar. - Disse Lukas.
  Trevor olhava de um lado para o outro, meio desconfiado.
  - O que foi Trevor? - Perguntou Samira.
  - Esta estranhamente quieto aqui - Respondeu ele - Sinto que ha muitos onis aqui. Mas não posso ver nenhum.
  - Escondidos? - Quis saber Diego.
  - Talvez não. Eles não são de fazer coisas assim. São mais enganadores.
  - Enganadores - Sussurrou Lukas.
  Todos os quatro começaram a procurar por algum sinal de atividade anormal perto do lago. Nada fora do comum nas margens do pequeno lago.
  - Não ha nada aqui - Disse Samira.
  Ela pode estar certa, mas por que tenho a sensação de que eles estão aqui? Pensou Trevor
  Lukas caminhou em volta do lago, mantendo os amigos a vista. Ele via aquelas arvores balançando seus galhos de um lado para o outro, causado por um vento que não existia. E isso fazia tudo perder o sentido.
  Continuando sua caminha, percebeu uma pequena movimentação pelo cantos dos olhos. Virou bruscamente, mas só via arvores. Voltou sua atenção para frente, e antes que pudesse dar o primeiro passo viu outro vulto preto com o canto dos olhos. Virou novamente, mas nada viu.
  Nada, nada além de arvores. Pensou ele.
  Quando algo lhe ocorreu. Virou-se para Trevor que estava no lado oposto do lago.
  - Trevor - Gritou Lukas - Abaixe-se
  Não obedecendo Lukas, Trevor virou o corpo para o lado, como se estivesse se desviando de uma bala. No mesmo instante, Lukas já ativara sua arma e mirava uma flecha bem para o alvo atrás de Trevor.
  Atirou.
  A flecha passou próximo do rosto de Trevor, fazendo seus cabelos se moverem com o vento da arma pontiaguda.
  A flecha fincou na arvore que se encontrava atrás do garoto.
  - Por que você acertou a arvore? - Perguntou Samira.
  - Preste a atenção - Disse Lukas.
  No primeiro instante, nada aconteceu. Era apenas uma flecha presa em uma arvore. Logo depois, a arvore perdeu forma e desapareceu em fumaça negra. No local onde deveria ter uma arvore, estava uma pequena alma escura com uma flecha atravessada.
  - Viu, não era uma arvore - Concluiu Lukas.
  Ele se concentrou na alma a sua frente, seu circulo apareceu ao seus pés e a alma foi levada ate sua aljava.
  Samira ia argumentar quando palmas e passos ecoaram por entre as arvores.
  - Muito bem - Disse a voz masculina - Jamais imaginaria que vocês descobririam sobre isso.
  Era o velho da cabana. Agora que estava em pé, dava para perceber que suas pernas eram estranhamente longas e finas.
  - Você? - Estranhou Lukas - Essa nem eu desconfiei.
  - Era óbvio que era ele - Disse Trevor.
  - Era? - Disse os três companheiros dele.
  O homem bateu exatamente cinco palmas para silenciar a conversa dos quatro.
  - Vocês não deveriam ter aceitado uma missão de nível tão alto sem desconfiar de nada não é?
  Como Lukas era o único armado no momento, o velho não tirava os olhos dele, o que dava vantagem para os outros três prepararem uma armadilha sem que ele percebesse.
  - Agora não posso deixar que voltem vivos deste lugar.
  - Por que eles sempre falam isso? - Perguntou Diego estragando todas as chance de fazer qualquer coisa sem o velho ver. - Vocês poderiam ser mais criativos.
  - Você não esta ajudando - Sussurrou Samira.
  O velho olhou para o garoto, mas não deu muita atenção.
  Trevor ficou em uma posição favorável, estando depois de Diego, fazia com que o garoto ficasse entre ele e o campo de visão do velho,  assim podendo pensar em uma estratégia caso fosse atacado, já sabendo que nem todas as arvores eram realmente arvores.
  O velho levou as mãos ao céu e gritou:
  - Venham meus soldados. Lutem contra esses alquimistas que ousam invadir nosso território.
  Todas as arvores começaram a tremer, e suas imagem a mudar. O que antes eram troncos, agora eram corpos horríveis de Onis de nível baixo. Em menos de dez segundos, uma horda de pelo menos cem onis estavam em volta deles.
  Os quatro estavam cercados.

sábado, 8 de março de 2014

Ressonância 44º

Capitulo Quarenta e Quatro

Esfera de Cristal

 
  Os alquimistas e a vice diretora entraram na sala redonda. Havia exatamente três cadeiras em frente a mesa de Samantha e Dianna se encontrava ao lado servindo leite com biscoito.
  - Sentem-se Alquimistas - Disse Dianna - Já preparei tudo para conversa de vocês.
  - Como sempre você é muito dedicada Dianna - Elogiou Samantha - Obrigada.
  Dianna apenas sorriu em resposta.
  Os três amigos se sentaram e Samira foi logo pegando alguns biscoitos.
  - Então Samantha, sobre o que vamos conversar? - Perguntou Lukas.
  Ela se senta na poltrona do outro lado da mesa, se ajeita e diz:
  - Vamos falar sobre o alquimista Trevor.
  - O que? - Perguntou Diego - Por que ele?
  - E quem você achou que fosse? - Retrucou Samira.
  - Achei que fosse alguém mais interessante - Respondeu ele.
  - Alquimistas, por favor, posso prosseguir? - Disse Samantha seria.
  Os três se ajeitaram e concordaram com a cabeça.
  - Pois bem - Continuou Samantha - Vamos falar do Trevor. Estou começando a ficar preocupada com uma coisa. É sobre a segurança de vocês.
  - Nossa segurança? O que quer dizer? - Perguntou Lukas.
  - Vocês devem ter notado que Trevor não é como qualquer outro humano, não é?
  Os três se entreolharam.
  - Continuando, essa conversa deve permanecer nesta sala. Vocês não poderão contar a ele sobre o que falaremos aqui.
  - Que seria? - Perguntou Lukas
  - Sobre a habilidade dele.
  - Sobre a habilidade?! - Os três impressionaram-se.
  -Sim. Já notaram que qualquer ataque físico não o machuca. Mesmo tendo forte impacto sobre seu corpo.
  - É verdade! - Exclamou Diego - Não importa o que aconteça, ele parece estar sempre bem depois dos ataques.
  - De fato - Concordaram Samira e Lukas - Parece mesmo.
  - Essa habilidade não é como qualquer outra vista aqui na academia. Como devem saber, Trevor foi transferido para cá. E mesmo assim eu não tenho nem conhecimento sobre ele. Nem mesmo sobre sua habilidade. Já procuramos em vários livros existentes nessa academia, mas nenhum deles mostrou se quer semelhança com a sua habilidade. - Disse Samantha.
  - Mas que habilidade é essa? - Perguntou Lukas.
  - A habilidade que Trevor possui é o Protector Blood. Essa habilidade não esta catalogada em nenhum livro. E outra coisa. Eu não contei a ele sobre sua habilidade ser um mistério, e nem mesmo ele sabe sobre o poder que tem. Nem mesmo o nome. Ele apenas sabe que a habilidade o protege de ataques físicos.
  - Nossa! - Samira surpreendeu-se - Nem mesmo ele sabe sobre sua própria habilidade.
  - Quero que deem uma olhada nisso. - Disse Samantha.
  Ela pegou uma pasta amarela contendo apenas o nome ''Trevor'' na capa. Dentro haviam alguns documentos.
  - Vejam - Disse ela entregando a pasta a Samira.
  Samira e os garotos olharam a primeira folha e se surpreenderam.
 Lá estava contido os registros de Trevor. Geralmente esses documentos são todos completos, mas o de Trevor não. Haviam varias coisas faltando, entre elas: Afiliação, local de nascimento, renda familiar, numero telefônico, endereço, naturalidade, descrição de habilidade. Os únicos campos preenchidos eram nome, data de nascimento, sexo, signo, idade, nome da habilidade, objeto e arma.



  - Só isso!? - Disseram os três.
  - Samantha - Chamou Lukas- Por que todos esses espaços em branco?
  - Ele sabe disso tudo afinal? - Perguntou Samira.
  - Quem é ele afinal de contas? - Perguntou Diego inconformado.
  Samantha respirou fundo.
  - Como já disse, ele foi transferido para cá. Quando eu estava preenchendo os dados dele, estava ao telefone com a diretora da academia da qual ele veio. Ela mesma me disse que não sabia muito sobre ele, pois ele não chegou na academia como as outras crianças, ele foi deixado em frente a porta de entrada.
  - Nossa! - Disse os três.
  - A diretora não podia deixar aquele bebê ali, desde então ela o criou como sue próprio filho. Ela me contou também, que a única coisa que ela encontrou junto de Trevor quando bebê foi um pequeno papel e um cristal verde-água na forma de uma esfera. No papel estava escrito apenas seu nome e a data de nascimento. Conforme ele crescia, era ensinado sobre o mundo, desde as coisas mais comuns ate as mais complicadas. Mas não para por ai, ela o ensinou também sobre o mundo mágico e tudo que pode ser possível. Então, quando Trevor fez treze anos de idade, houve uma invasão na academia. Como não eram tão fortes e nem havia muita ajuda, quase tudo foi massacrado pelos Onis. Em meio a toda aquela batalha, a diretora só focava em duas coisas. Proteger sua academia e o pequeno Trevor. Mesmo sendo a mais poderosa dali, só ela não dava conta de todos, e se não fosse pelo o que ocorreu, ela estaria morta.

  '' Quando estava lutando contra uma horda de onis, eu estava indo até bem. Porem, para o meu azar, um disparo de energia quase me acertou, mas não puder escapar da explosão.
  Ainda caída, um oni de alto nível se aproximou e eu não conseguia me levantar. Trevor estava encolhido em um lugar próximo dali. Eu podia vê-lo muito bem e ele também conseguia me ver. Ele segurava aquela esfera de cristal como sempre fez.
  Olhei para o oni, ele estava quase em cima de mim. Eu sabia que aquele era meu fim. Então, sem muito o que fazer, olhei para o pequeno Trevor e sorri. Naquele instante Trevor estava com os olhos arregalados, pois também sabia que aquele era o meu fim, e logo suas lágrimas escorreram pelo seu rosto. Foi quando tudo aconteceu.
  As gotas de lágrimas caíram e se desfaziam em varias partículas sobre a esfera de cristal. Esta, começou a brilhar. Uma luz tão forte que me fez virar o rosto. Quando voltei minha atenção a Trevor, ele não segurava mais uma esfera, mas sim uma foice. Eu estava tão surpresa mais tão surpresa, que não contive em ficar boquiaberta e com os olhos arregalados. Trevor, por sua vez, ainda chorava e parecia nem ter percebido a arma em suas mãos. Ele tremia fazendo assim a arma tremer também. Foi quando firmo a mão e veio correndo na maior velocidade que pode. 
  Eu não sabia se olhava para o oni, que chegava cada vez mais perto ou para Trevor vindo em minha direção com uma foice. Foi tudo tão rápido que mal tive tempo de acompanhar, mas me lembro perfeitamente. 
  O oni estava em cima de mim, pronto para desferir seu golpe, mas quase que ao mesmo tempo, Trevor apunhalou a lamina da foice na cabeça da criatura, que se desfez em fumaça negra quase de imediato. Logo ele largou a arma. Caindo no chão, a foice brilhou e voltou a ser uma simples esfera de cristal. E eu estava sem palavras para aquilo.
  Logo, Trevor me abraçou e eu o abracei também. Aquilo me deu forças para  acabar com os inimigos restantes.''

  Samantha esteve de olhos fechados por toda a narração, e assim que os abriu novamente viu que os três alquimistas estavam ainda mais surpresos com a historia de Trevor. Dianna parecia já ter ouvido sobre aquilo antes,pois não parecia impressionada.
  - Vocês estão bem? - Perguntou Samantha.
  Os três voltaram a si.
  - Sim, estamos - Responderam eles.
  - Ótimo - Disse ela - Continuando, conforme Trevor foi usando a foice, ele não conseguia faze-la voltar a forma de esfera. Quando chegou pela primeira vez aqui na academia, vestia roupas rasgadas e remendadas, sem falar na capa azul marinho que ele vestia.
  Foi a primeira vez que nós o vimos. Pensou Samira.
  - Sobre a foice, tive que dar um jeito nela - Continuou Samantha - Pois não iria dar certo ele ficar caminhando com ela por ai. Com sorte e com a tecnologia que temos aqui na academia, pude fazer a foice voltar a ser uma esfera. O outro problema era que essa esfera era grande para ficar carregando. E com a autorização de Trevor, pude reduzir seu tamanho graças as magia de encolhimento. Por ser pequena, seria fácil perdê-la. Por isso Trevor deu a ideia de fixa-la a um crucifixo, por assim poderia usa-lo no pescoço.
  - Historia tocante Samantha - Disse Diego - Mas era isso que você queria falar com a gente?
  - Na verdade não, mas tive que contar isso para chegar onde quero. Voltando a habilidade, a diretora também me disse que ele fica insano em meio a batalha. E quando fica assim, parece ser outra pessoa.
  Ela tem razão. Pensou Diego. O Trevor que conhecemos é calmo e quieto demais.
  - Com isso, quero que vocês tenham cuidado quando partirem em missões com ele - Advertiu Samantha - Não quero que ele os machuque. Isso seria terrível.
  - Alquimistas, peço-lhes um favor. nunca conte sobre essa conversa que tivemos com Trevor. Ele iria querer tirar satisfação comigo. E não quero que isso ocorra.
  Os três concordaram.
  - Pois bem. Essa conversa termina aqui.
  - Mas Samantha, temos um monte de perguntas sobre ele e... - Disse Lukas até ser interrompido.
  - Eu entendo - Respondeu Samantha - Também tenho varias perguntas sobre ele que devem ser respondidas. Mas nem ele mesmo sabe como responde-las. Só nos resta esperar  que o destino revele mais sobre ele.
  - Samantha esteve preocupada, por isso deu esse aviso a vocês, mas agora vamos alquimistas, já está ficando tarde. - Disse Dianna encerrando o assunto.
  Assim os três alquimistas deixaram a sala de Samantha. Quando desciam as escadas em espiral, um pequeno dialogo ocorreu.
  - Nossa - Começou Diego - Não sei se fico triste ou contente pelo Trevor.
  - Tem razão - Disse Samira - É de cortar o coração. Foi abandonado pelos pais e ainda quase viu a mulher que o criou morrer.
  - Vocês tem razão, é muito triste mesmo, mas não sabemos se foram os pais que o deixaram, pois Samantha não disse nada quem foi que o deixou na porta da academia. Não vamos tirar conclusões precipitadas - Disse Lukas.
  - É - Disse os dois amigos.
  Chegaram ao final da escada e ouviram uma voz chamando por eles.
  - Finalmente achei vocês. Onde estavam? - Disse Trevor.
  - Na sala da Samantha. - Respondeu Diego - Pera, você estava nos procurando?
  - Sim, estava. Algum problema? - Perguntou Trevor.
  Os três amigos se entreolharam.
  - Não, nenhum. - Foi Lukas que respondeu.
  - O quer com a gente? - Perguntou Samira.
  - Que tal fazermos uma nova missão? - Perguntou ele estendendo o braço segurando um panfleto.
  Lukas, Samira e Diego se curvaram para saber sobre do que se tratava.

domingo, 2 de março de 2014

Ressonância 43º

Capitulo Quarenta e Três

Conversando com os Pais

  - Vamos entrar alquimistas - Disse Samantha - A avó de Diego já esta nos esperando.
  - O que? - Disse Diego.
  Samantha subiu as escadas e bateu na porta. Uma voz feminina, doce e calma disse do lado de dentro:
  - Entrem.
  Samantha girou a maçaneta e deu espaço para que os alquimistas entrassem primeiro.
  Ao contrario do lado de fora, a casa estava confortavelmente quente. Já na entrada se encontrava a grande sala de estar. Um grande cômodo com duas luminárias próximas a televisão gigante. Um sofá branco de dois lugares com um chaise longue se encontrava em frente a televisão e outro sofá de dois lugares brancos ao lado.
  Na parede oposta do aparelho, tinha uma pequena lareira, que crepitava em chamas.
  Sentada em um dos sofás, estava um senhora usando um vestido florido azul. Estava debruçada na mesinha de centro. Ela enchia pequenas xícaras com chá. Samantha observou que ela tinha preparado um ótimo café da tarde para eles, com direito a biscoitos e bolo. O aroma era delicioso. Quando viu os quatro entrando deu um sorriso sincero.
  - Sentem meninos. Eu já esperava pela visita de vocês. Tomem um pouco de chá. Boa tarde Samantha, quanto tempo que não a vejo, continua bonita como sempre.
  - Oba, estou faminto - Disse Diego se jogando no sofá.
  Lukas e Samira sentaram-se ao lado de Diego e Samantha permaneceu em pé.
  -Sim Maria, faz muito tempo. E você não mudou nada. E parece ter se adaptado bem a vida humana.
  - Você a conhece Samantha? - Disse Samira oferecendo uma xícara de chá para a vice diretora.
  Maria sorriu.
  - Eu já fui uma alquimista querida - Disse ela.
  - A senhora já foi uma alquimista? - Perguntou Diego impressionado.
  - Sim querido, mas por que a surpresa?
  - É que você é tão... tão...
  - Velha? - Perguntou Lukas.
  - Não - Disse Diego - Não é isso que quero dizer.
  Maria riu, uma risada fraca.
  - Fui uma alquimista a um bom tempo atrás, mas a idade chega para todos.
  - Isso explica o motivo de você ter pedido para entregar o bracelete para o Diego. Você sabia que ele também era.
  A senhora concordou.
  - Eu sempre soube que você era especial Diego. - Disse a mulher.
  - E é sobre isso que viemos conversar. - Disse Samantha.
  - Ele terá que ficar na academia não é? - Disse a avó.
  Samantha concordou.
  - Tudo bem, eu entendo - Ela virou para o neto - Pode deixar que eu arrumo um jeito de falar com seus pais.
  Diego comia como um louco, mas concordou com a avó e agradeceu.
  Eles não tinham muito tempo, e ainda faltavam duas casas para visitar. Por mais que Maria insistia, e por mais que o calor ali dentro fosse bom, eles tinham que ir embora.
  Na saída, a avó abraçou Diego.
  - Torne-se um grande alquimista - Sussurrou Maria em seu ouvido. - E boa sorte.
  Todos se despediram e deixaram a casa.
  - Para onde vamos agora? - Perguntou Diego.
  - Minha casa é mais perto. - Disse Samira - Podemos ir para lá.
***
  - Samira? - Disse sua mãe - O que esta fazendo aqui? Achei que estivesse no acampamento.
  - Oi mãe - Respondeu a Samira - Trouxe uns amigos, precisamos conversar.
  Os quatro foram direto para a cozinha e sentaram em volta de uma mesa redonda. 
  A mão de Samira morava junto com a filha. Isso fazia Samira sentir culpa de deixar a mãe sozinha naquela casa.
  Samira pegou um pacote de bolachas no armário e distribuiu para todos.
  - Sobre o que é a conversa? - Disse a mãe de Samira. 
  Samira manteve a cabeça baixa. Talvez não tenha sido uma boa ideia. Pensou ela. Minha mãe não permitira que eu fique lá. Ela vai pirar.
  - Senhora - Disse Samantha - Sua filha é bastante talentosa, sabia disso?
  - Sim, claro que sei.
  - Minha academia precisa de pessoas especiais como ela. Durante esta semana ela esteve lá, junto com seus amigos. 
  - Você me disse que estava no acampamento - Disse a mãe de Samira para ela.
  - Eu... eu menti. - Respondeu a menina.
  Pronto, é agora que ela pira. 
  - Senhora - Disse Samantha fazendo a mulher voltar a atenção para a vice diretora. - Samira tem o potencial perfeito para a minha academia e estou aqui para informar que ela passará um tempo lá. Não se preocupe com a escolaridade dela, pois nossa academia oferece um período escolar para aqueles que ainda cursam a escola.
  Samira olhou para sua mãe e teve a surpresa de perceber que a mulher não tirava os olhos dela.
  - Você esta me escondendo algo. - Disse sua mãe.
  - Ela tem o direito de saber - Disse Samira á Samantha.
  Samantha fez um gesto para Samira prosseguir. A vice diretora sabia que não iria ser fácil para os pais, e admitia ter ficado impressionada com o fato de ter sido fácil na casa de Diego. 
  Samira olhou para o pacote de bolacha no centro da mesa. Colocou a mão na mesa, como se segurasse um copo. Se concentrou no pequeno pacote e deixou a mente abalada se acalmar. Uma pequena seta se formou embaixo do pacote e ele foi parar na mão de Samira. 
  A expressão da mãe foi de surpresa a primeiro momento, depois olhou para filha confusa. 
  - É assim que eu sou especial. - Disse a menina.
  - Sua filha corre perigo se permanecer aqui. Minha academia lhe dará proteção e treinamento adequado a ela.
  A mãe de Samira se levantou e foi até a filha. Se curvou e deu um beijo em sua testa. 
  - Sempre tive sonhos que você fazia coisas maravilhosas para o mundo. Sei que essa mulher diz a verdade, e se você vai ficar mesmo segura lá, não vou impedir. 
  Samira abraçou a mãe.
  - Não podemos ficar mais tempo - Disse Samantha - Temos mais lugares para ir, e tempo corre.
  - Sim, entendo. - disse a mãe - Você vai ficar bem?
  - Sim - Respondeu Samira.
  - Está levando roupas suficientes? meias? Vai fazer frio, esta levando luvas?
  - Sim mãe.
  A mulher acompanhou os quatro ate a saída. Antes que Lukas pudesse descer as escada, a mãe segurou em seu ombro.
  - Lukas - disse ela meio triste - Cuide de minha filha e me prometa que nada de ruim vai acontecer a ela.
  - Pode deixar - Respondeu Lukas tentando anima-la. - Nada e ninguém vai machuca-la enquanto eu estiver por perto.
  Aquilo funcionou suficiente para a mulher relaxar os ombros.
  - Sayonara(1) - Gritou Lukas para a mãe da melhor amiga.
***
  - Samantha - Disse Lukas antes de abrir a porta - Deixe que eu falo com eles.
  Samantha aceitou o termo. 
  Lukas respirou fundo e entrou. 
  O pai estava na sala, fazendo o que todo pai normal faz, lendo o jornal. Lendo jornal em pleno final de tarde. Ele não pode ser normal. 
  - Você em casa? - Disse ele - Nesse horário? E quem é essa?
  - Precisamos conversa - Disse Lukas tentando ser o mais direto possível.
  Seu pai arqueou a sobrancelha.
  - Claro - Disse ele e depois olhou seu braço.
  Alguma coisa invadiu suas expressões. Fúria.
  - Podemos começar com o fato de você ter feito uma tatuagem. - Gritou o pai.
  Esse não era o primeira reação que eu esperava. Pensou Lukas.
  - Eu deixo você ir nesse tal acampamento e você volta com uma pintura no braço? - Continuou o pai.
  - É nesse ponto que eu queria chegar - disse Lukas - eu não estava em um acampamento.
  - Como é? - Irritou-se mais o pai - E onde você estava? Começou a virar marmanjo e sair pelas ruas? Por isso fez a tatuagem? 
  - Não - Disse Lukas - Quero dizer, não é bem assim.
  - Annie!
  Lukas entrou em desespero. Encontrar o pai em casa já era raridade, encontrar a mãe era mais raro ainda. Agora encontrar os dois juntos era um milagre. Por que tinha que ser hoje? Perguntou Lukas a si mesmo.
  - Por que toda essa barulheira? - Perguntou uma voz feminina vindo da cozinha.
  Um mulher alta de cabelos longos saiu de outro cômodo. Usava um avental por cima da roupa e uma luva de cozinheira.
  O pai de Lukas pegou o braço de menino e começou a chacoalhar para cima.
  - Nosso filho virou um delinquente e começou a fazer tatuagem pelo corpo. - Gritava ele.
  Lukas sabia que a mãe era mais calma e compreensiva que o pai, e mesmo que não ficasse do lado dele, não gritaria.
  - E por que fez isso Lukas? - Perguntou ela calmamente.
  - Eu não fiz, ela simplesmente apareceu. - Disse o menino.
  - Claro - Ironizou o pai -  A tatuagem resolveu gostar do seu braço e grudou ai né.
  - Tenha calma - Disse a mãe.
  - Como posso ter calma. O garoto começa a mentir e desenhar no próprio corpo.
  Samantha esta levando a serio o fato de ficar quieta. Pensou Lukas.
  Por um momento, Lukas achou que fosse apanhar, mas o pai apenas se levantou e saiu. 
  - Não vou mais ficar aqui para escutar isso. - E subiu as escadas.
  - Seu pai se estressou - Disse Samira - Não deu tempo de explicar para ele.
  - Explicar o que? - Disse a mãe de Lukas.
  Lukas queria saber por onde começar. Queria contar tudo, mas não tinha tempo, e não saberia se sua mãe entenderia. Então, respirou fundo, e contou sobre o dia em que sua vida mudou, quando ele e Samira foram atacados pelos três onis e como a tatuagem apareceu em sua mão. Terminou falando sobre a academia, por sorte, Samantha foi ajudando.
  - Sei que é difícil de acreditar, e que você vai achar que estou mentindo. Mas é a pura verdade mãe. - Disse Lukas.
  - E você esta aqui para dizer que ficara nessa academia? Que irá embora?
  - Sim - Respondeu ele.
  Annie olhou para Samantha.
  - Sempre que eu estava em casa e Lukas saia, uma parte minha tinha medo de ele nunca mais voltar. Uma parte me pedia para segura-lo dentro de casa. Uma parte que sabia que ele um dia iria embora.
  Ela não tirava os olhos de Samantha, e Samantha não tirava os olhos dela.
  Lukas sentiu dois braços envolver seu corpo.
  - Prometa que vai vir nos visitar - Sussurrou ela.
  - Não sei - Disse Lukas - Meu pai não gostou muito e vê-lo não parece ser uma boa ideia.
  - Não faça isso por ele - Disse a mãe - Faça por mim.
  Lukas parou e depois concordou. 
  - Precisamos ir - Disse Samantha.
  Depois de uma despedida rápida os quatro saíram. 
***
  Elas sabiam. Maria sabia o que Diego era. E as mães dos outros dois sabiam que algo iria acontecer a eles. Era como se o destino estivesse preparando-as para o que aconteceria. Mas tem mesmo um sentido a mais.
  Samantha percebeu que os três não estavam tão felizes como ela pensava que eles iriam ficar.
  - Ora, vamos - disse ela - Vocês deveriam estar felizes. Agora os pais de vocês não correm risco nenhum. Estão seguro. Vocês podem se concentrar melhor agora.
  -  Ela tem razão, eles estão seguros.
  - Sim, agora será uma preocupação a menos. Podemos ficar com a consciência limpa. - Disse Diego
  - E a mente também. - Completou Lukas.
  Agora sim. 
  - Então, o que faremos agora? - Perguntou Diego ao ver que estavam na esquina da academia.
  Ela não respondeu ate estar atravessando o portão da academia. Quando os três amigos passaram, Samantha chamou suas atenções.
  - Alquimistas, quero falar com vocês sobre uma certa pessoa, mas antes, vamos até a minha sala, para termos um pouco mais de privacidade.
  E assim, entraram na academia.
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(1) - Adeus