domingo, 28 de julho de 2013

Ressonância 12º

Capitulo Doze


***
  Dianna entrou na biblioteca carregando uma tonelada de livros. Ela ia de um lado para o outro tentando equilibrar aquela pilha de livros grossos e pesados.
  - Eles já voltaram? - Perguntou Samantha.
  - Não Samantha-Sama(1) - Disse ela se esforçando para não derrubar os livro. - Mas, não faz nem um dia que eles saíram. A senhora sabe que as missões tendem a durar mais de três dias.
  Samantha investigava uma fileira de livros e pegou um de capa vermelha com um circulo do poder no centro. Satisfeita ao ler o titulo caminhou em direção a saída.
  - Avise-me imediatamente quando eles chegarem. - Disse ela saindo pela porta.
  Dianna colocou os livros em uma bancada e começou a separa-los e coloca-los nas estantes.
  Esse é o jeito de Samantha-Sama se preocupar com os outros. Só espero que aqueles quatro estejam bem. Era uma missão para alquimistas mais experientes, mas Samantha-Sama insistiu. Espero que ela saiba o que esta fazendo. Por mais que eles sejam da nova geração, ainda são crianças.
  Dianna colocou o ultimo livro na estante e saiu da biblioteca, deixando o lugar vazio e silencioso.
***
  Lukas e Samira corriam em direção a escada após perceberem que os barulhos haviam parado. Atravessaram uma porta e encontraram uma escada de metal em espiral indo para o próximo andar. Os dois subiram aos tropeços a pequena escada. Saíram em uma pequena salinha destruía pelo tempo, duas mesas jogadas no chão e mais sujeira, ao lado direito tinha um porta, onde barulhos de passos vinham da escuridão. Samira  apontou suas colts e Lukas colocou outra flecha no arco. Duas silhuetas humanas se formaram.
  - Somos nós - Gritou Diego ao ver que seus amigos estavam com armas apontadas para eles.
  Lukas relaxou os ombros. Diego e Trevor se juntaram aos dois.
  - Vocês foram pra uma guerra? - Perguntou Samira - Olha o estado de suas roupas, o que aconteceu?
  - Pode-se dizer que a luta foi mais difícil do que esperávamos.
  - Mas ainda não acabou - Comentou Trevor, que olhava para a escada que subia para o próximo andar - Ainda tem mais um andar, e não se pode considerar uma missão concluída sem investigar cada cantou deste local.
  Antes que Lukas pudesse questionar como ele sabia de tudo isso, Trevor já estava na metade da escada.
Os três começaram a subir, mantendo uma certa distancia de Trevor.
  - O que realmente aconteceu? - Sussurrou Lukas para Diego
  - Aquele garoto não é normal. - Sussurrou Diego em resposta - O que aconteceu com ele a poucos minutos atrás mataria qualquer ser vivo na Terra. Ele foi jogado de um lado para o outro, quebrando os pilares de concreto com o próprio corpo. Socos na boca do estômagos. Sem falar no ataque de risos que deu no meio do combate.
  Samira olhava para Trevor, com espanto e curiosidade. Ele é o único que não demonstra usar suas habilidades, mas mesmo assim sobrevive a muitos ataques. Quem é ele? O que é ele?

  Se o térreo era cheio de canos e maquinas, o segundo andar era o triplo. Era difícil de acreditar que alguém conseguia se mover naquele local.
  - Aqui deve ser o coração da fabrica - Disse Diego.
  Trevor estava encostado em uma maquina prateada cheia de botões e alavancas. Parecia perfeitamente disposto para mais uns dez combates. Lukas não confiava muito no silencio da fabrica e Diego parecia ser o único tranquilo.
  - N...não tem nada aqui, não é - Gaguejou Samira, escondida atrás do Lukas e do Diego - Podemos ir embora.
  - Cade aquela empolgação todas que você tinha la em baixo? - Perguntou Lukas
  - É meio complicado de expli...
  - Shhh - Disse Lukas
  - Não faça ''Shhh'' pra mim - Irritou-se Samira.
  Lukas estava escutando um barulho distante, era como se fosse uma voz, animada e cantarolando.
  - Só eu que estou escutando isso?
  Todos ficaram em silencio e tentavam escutar alguma coisa. O som vinha da direita deles. Um a um, eles foram adentrando na escuridão seguindo o tal barulho. Diferente dos outros dois andares, este não tinha iluminação nenhuma, e quase sempre, um tropeçava em um cano e varias vezes caiam.
  Depois de vagar pela escuridão por alguns minutos, conseguiram ver uma luz atrás de uma das maquinas. Agora eles podiam ouvir o que a voz cantava, ou gritava. Alguém estava cantando a musica ''Before I Forget''(2).
  - Eu me recuso a subir em uma maquina de novo. - Sussurrou Samira cruzando os braços.
  - Então vamos dar a volta - sussurrou Diego.
  Deram passos cautelosos e quase não falavam nada. Com o pouco de luz que tinha, dava para ver os canos perto do chão, o que facilitava a locomoção. Quando chegaram em um dos cantos da maquina, esticaram o pescoço para ver o cantor.
  Em uma pequena parte sem nenhuma maquina, encontrava-se um tipo de trono feito de metal cilíndrico, velas de todos os tipos de cores estavam no chão e no braço do trono, iluminando todo a área.
  O que mais estranhava ali era o homem sentado. Ele era extremamente magro, tinha cabelos compridos e de um negro fosco, seus olhos ardiam em chamas enquanto cantava, ou tentava cantar. Seu corpo era uma sombras, dava para ver sua silhueta, mas nada para distinguir que tipo de roupa usava. 
  - Esta estragando a musica - Sussurrou Samira.
  Ninguém respondeu. Não se sabia ao certo se era o inimigo, ou apenas um homem comum. Ele continuava sentado e cantando:
  - ...Ripped across the ditch, and settled in the dirt and I. Wear you like a stitch, yet I'm the one who's hurt. Pay attention to your twisted little indiscretions. I've got no right to win, I'm just caught up in all the battle... - E ele parou.
  Trevor puxou Lukas segundos antes do Homem olhar para o a maquina onde eles estavam escondidos. Todos prenderam a respiração quando Trevor levou o dedo ate aboca em um sinal de silencio.
  - Hãm? Jurava que tinha alguém ali atrás. - Disse o Homem - Bem, não importa, pois eu mesmo sou está construção.
  O homem deu uma pequena gargalhada antes de continuar com sua tentativa frustada de cantar. Própria construção? pensou Trevor.
  Novamente. Pensou Lukas. Tem alguma coisa errada.
  - Locked in clutch. Pushed in place. Hold your breath listen... - Continuava a cantar.
  Quando subitamente ele parou de cantar, Trevor foi erguido no ar. Faixas se enrolavam cada vez mais em sua perna. 
  - Então era você que estava batendo e passando pelas minhas paredes? - Disse o Homem.
  - O que você quis dizer com isso? - Perguntou Trevor.
  - Não importa - E com um gesto, as faixas jogaram Trevor em meio a uma da maquinas, na qual foi totalmente destruída com o corpo do garoto.
  - Você sabia que é feio espiar os outros? - Disse o Homem.
  - Ai - Trevor disse ao tentar levar - Essa ai doeu
  - Você esta bem? - Disse Lukas aparecendo de trás da maquina.
  - Sim - Respondeu Trevor - Estou.
  Não sofreu nada. Pensou Lukas. Nem um arranhão.
  Samira e Diego correram em direção ao dois, e por alguns segundo esqueceram totalmente do Homem atrás deles.
  - Essa é a terceira vez que você é pego pelo inimigo - Disse Diego para Trevor.
  Diego ajudou o amigo a se levantar. Samira estava ao lado de Lukas e surpresa com o fato de Trevor  ter sobrevivido ao impacto com o metal duro da maquina. Como?
  - Quatro? - Disse o Homem curioso - Quatro humanos passaram por toda a fabrica e chegaram aqui vivos? Isso é novidade.
  Trevor se recompôs e já estava ao lado dos outros. Nenhuma das armas estava ativada, assim dava a impressão de que eram humanos comuns. 
  O Homem se levantou e começou a investiga-los com os olhos. Por fim, deu um pequeno sorriso e prosseguiu com seu relato.
  - Não são humanos, dá pra notar. São alquimistas. Deixa eu adivinhar, são alquimistas da Academia aqui do Canada.
  Ninguém respondeu. Lukas girava seus anéis nos dedos, Diego estava com as mãos para trás  esperando qualquer movimento suspeito do inimigo.
  - Não vão dizer nada? - Disse ele indignado - então pode vir. Ataquem com tudo o que vocês tem.
  Diego foi o primeiro a agir.
  - Diego espera - Gritou Lukas.
  Ele correu em direção ao Homem e ativou sua espada. Por um segundo, o Homem ficou impressionado, mas logo repôs a pose e com um gesto de mão  um cano apareceu entre ele o Diego, fazendo com que a espada fosse enterrada no cano.
  O Homem fez outro gesto com as duas mãos e vários canos foram contra o Diego. Uma flecha cortou o ar antes de atingir a mão esquerda do inimigo. Metade dos canos caíram no chão, o que facilitou a fuga de Diego.
  - Espertinho - Disse o Homem.
  Varias faixas se uniram formando uma mão que bateram em Lukas, fazendo ele cair na escuridão.
  Samira começou a atirar rapidamente, mas os tiros não pareciam fazer efeito nele. 
  - Isso não vai me matar garotinha. - Disse ele.
  Samira apenas sorriu.
  - E quem falou que era esse o plano.
  Trevor surgiu das sombras atrás do cara com a foice preparada para um golpe fatal, mas um cano surgiu ao seu lado e o acertou nas costelas. Em um ser humano normal, ou em um alquimista normal, teria quebrado todas as costelas do lado esquerdo de Trevor, mas Samira sabia que aquilo não iria para-lo.
  O Homem correu para atacar Samira. Ela, por sua vez, concentrou-se no chão a sua frente e uma seta surgiu, jogando o Homem para trás. Ele caiu no chão com graça e leveza.
  Outra Flecha cortou o ar, mas o cara já estava preparado e uma chapa de metal de uma das maquinas protegeu o Homem. Lukas voltou para a luta e tentou golpear o inimigo com o arco. O cara era rápido de mais, e com um giro, deu um chute contra as costas de Lukas, fazendo com que ele caísse perto de Samira. 
  Diego partiu novamente contra o Homem, mas era interceptado por canos, faixas e fio. Trevor apareceu para ajuda-lo, mas não conseguia chegar perto do inimigo.
  - Vocês não podem me vencer.
  Samira mirou novamente as colts. Diego e Trevor se livraram dos fios que os atacavam e voltaram suas atenções para o homem. Lukas preparou mais uma flecha no arco.
  - Isso, é o que nós vamos ver - Disse Diego.  

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(1) - Senhor ou Senhora, dependendo do contexto.
(2) - ''Before I Forget'' - Música da Banda Slipknot.

domingo, 21 de julho de 2013

Ressonância 11º

Capitulo Onze


  Se livrar dos primeiros ataques do Homem foi fácil, o problema foi quando ele apelou para suas faixas.
  Diego e Trevor tinham a vantagem de manipularem armas de corte, e a faixas, pouco a pouco, caiam aos seus pés. Isso fazia com que o inimigo não atacasse, mas também os dois não podiam contra atacar.
  - Por quanto tempo vocês acham que podem continuar com esse joguinho? - Perguntou o Homem.
  Uma sequencia de faixas se enrolaram, criando uma pesada bola de tecido que foi em direção aos dois. Trevor esperou até o ultimo segundo e com um salto rodou a foice e cortou a esfera, que se desintegrou. Diego não perdeu a oportunidade e correu em direção ao inimigo. A lamina não passou nem perto dele. O Homem deu um salto para trás no instante que Diego desferia o golpe. Quando ele retornou ao chão, Trevor tentou surpreende-lo aparecendo ao seu lado e atacando suas costas, mas novamente o Homem conseguiu desviar.
  - É isso que vocês conseguem fazer? - Zombou o Homem - Isso é tedioso.
  Diego não queria saber de conversa. Correu em direção ao Homem novamente.
  - Diego! - Gritou Trevor - Espera!
  Mas Diego não estava afim de esperar e caiu na armadilha feita pelo Homem. Uma faixa saiu do chão e se enrolou nas pernas de Diego, erguendo-o no ar. Ele tentou cortar, mas o Homem foi mais rápido e, com a mão esquerda, puxou a faixa, fazendo com que Diego fosse jogado contra uma das mesas.
  Trevor avançou até onde Diego estava mas foi parado com uma faixa segurando sua foice.
  - Você não vai não - Gritou o Homem.
***
  - Samira, cuidado! - Gritou Lukas virando-se e cravando uma flecha no peito de um Oni que tentou pular nas costas dos dois.
  O homem ficou conversando com os dois por um bom tempo, mas Lukas percebeu que era apenas uma distrição para que o Oni que estava em cima da maquina atacasse.
  Automaticamente, Samira ativou suas armas e mirou na cabeça do inimigo.
  - Cuidado com isso garota - Disse ele - Alguém pode se machucar.
  - E adivinhe só quem é que vai ser? - Sorriu ela, e atirou.
  Um Oni se jogou na frente do tiro e virou fumaça. Samira ficou espantada com o que tinha acontecido. Lukas retirou outra flecha da aljava e atirou, mas outro Oni surgiu e recebeu o ataque. Onis não se sacrificam um pelos outro. Pensou Lukas. Tem alguma coisa muito suspeita acontecendo aqui.
  O homem, que Lukas suspeitava se tratar de um Oni, apontou para eles com um sorriso malicioso e um exercito de Onis surgiram em volta dos dois.
  - Como é que cabe tantos de vocês aqui dentro? - Perguntou Samira indignada.
  O homem começou a gargalhar e acenou com a mão esticada e uma onde de Onis surgiu na frente deles.
  Samira foi a primeira a agir. Rapidamente, colocou a mão no chão e uma seta surgiu bem a sua frente. Todos os monstro que tentavam passar por cima da seta eram jogados para trás, que por sorte, era onde o homem/Oni estava.
  Ou ele ficou impressionado com o que viu, ou não era tão rápido, pois todos os Onis que foram jogados pela seta de Samira caíram em cima dele e ele nem saiu do caminho. Um a um, vários onis foram jogados contra o homem. Os que não estavam no campo da seta eram mortos pelas flechas de Lukas.
  O exercito de Onis não tinha fim. Samira já havia desistido de usar as setas e uma montanha enorme de Onis que desapareciam em fumaça. Lukas estava ficando entediado com aquela batalha. Os Onis que ele enfrentava eram fracos demais e sempre que chegavam perto demais de Lukas recebiam uma flecha mortal em seus corpos. Samira optou por usar as colts. Mesmo que matasse os Onis mais devagar, a chance deles sobreviverem eram quase nulas.
  Os onis não eram pários para os dois e Samira estava achando que iriam ter uma vitoria gloriosa e invicta. Um a um, todos os inimigos foram sendo derrotados. Quando Samira parou de atirar, orgulhosa do trabalho que tinha feito, suas armas estavam soltando fumaça. O braço de Lukas estava ficando dolorido de tanto puxar o arco. Ele não queria invocar Kaze novamente, tinha usado ela na manha passada e não queria depender do poder dela para vencer.
  Finalmente pararam quando todos os Oni tinham sido aniquilados. Samira começou a comemorar a vitoria, mas Lukas ainda achava que tinha algo errado.
  - Foi fácil demais - Sussurrou ele
  Passos ecoaram pela fabrica, Samira desmanchou o enorme sorriso que tinha feito e virou-se para Lukas. Ele estava olhando para a escuridão, tentando achar o autor do barulho e uma silhueta se formou. Logo Lukas viu que o Homem não havia morrido.
  - Tenho que admitir - Começou ele - Nenhum humano conseguir permanecer vivo por mais de uma hora dentro desta fabrica. Sintam-se privilegiados.
  Mais de uma hora?. Pensou Samira. Quanto tempo exatamente estamos aqui?
  - Vocês me causaram muitos prejuízos - Continuou ele - Sabe como é trabalhoso juntar tantos Onis em um lugar fechado. Um prejuízo que não posso ignorar. Vocês me deixaram muito irritado crianças, e não permitirei que saiam vivos dessa fabrica.
  Algo começou a se formar atras dele, e um grupo de cinco onis surgiram ao seu lado. Agora intendi. Concluiu Lukas. Ele pode criar novos Onis, e controlar os criados. Por isso defendiam o líder,  eram obrigados a fazer isso.
  - Ataquem - Ordenou o Homem.
  Os cinco começaram a correr em direção aos dois. Samira se livrou de dois em menos de dois segundos e Lukas se livrou dos outros dois. O ultimo que sobrou foi em direção a Samira e avançou para cima dela. Se defendendo, Samira atirou triunfante. O tirou acertou o Oni e ele virou fumaça, mas antes que ela pudesse se recompor, o Homem pegou-a pelo braço e jogou contra um dos canos. Samira foi rápida o suficiente para por as mãos na frente do rosto para não quebrar o nariz no metal gelado.
  Ela se concentrou e uma seta se formou embaixo do Homem, que foi jogado para o lado oposto ao dela. Ele caiu rolando no chão e preparou para atacar Samira novamente, quando urrou de dor. Uma flecha estava enterrada em suas costas. O Homem esqueceu de Samira e foi em direção ao Lukas. Uma flecha cortou o vento, mas ele conseguiu desviar e continuava avançando contra Lukas.
  - Morra - Gritou o Homem.
  Ele avançava com socos, e Lukas conseguia desviar com um pouco de dificuldade. Cada soco era um passo para trás que Lukas dava.
  Samira virou-se e viu a situação de Lukas. Mirou uma das colts contra o inimigo e atirou, acertando a perna dele. Outro urro de dor. O Homem se ajoelhou no chão de tanta dor que sentia e Lukas aproveitou a oportunidade e deu um chute em seu rosto.
  Samira veio correndo em direção ao Lukas e parou para observar se tinham vencido o inimigo e e assustou com o que viu. O Homem se levantou e olhou furioso para eles, mas o rosto estava totalmente diferente. O local onde Lukas havia chutado estava negro e os olhos dele estavam em uma mistura de preto com vermelho.
  - Credo - Disse Samira - O que você fez com ele?
  - Isso não importa - Respondeu ele - Vamos apenas acabar com isso.
  Samira mirou as colts e atirou. No ultimo segundo, o Homem se levantou e correu para o lado, fazendo com que o tiro pegasse em seu braço e sangue negro jorrasse.
  Ele, por sua vez, pegou Samira e prendeu os braços dela com uma mão e envolveu o pescoço dela com o outro braço. Lukas prendeu o ar nos pulmões com a cena. Ele não podia atirar sem atingir Samira.
  - Agora eu estou no comando novamente - Zombou o Homem - Matarei essa garota primeiro e depois cuidarei de você.
  Lukas olhou para Samira. Ela parecia calma e piscou para ele. Ela tem um plano. Pensou ele. Só espero que não seja um plano suicida.
  Samira fechou os olhos e uma seta se formou embaixo deles, jogando os dois para trás. O Homem bateu no pilar e perdeu o ar soltando Samira, que praticamente não sentiu nada, já que foi amortecida pelo corpo dele.
  A raiva de Lukas tomou conta dele, e quando viu que Samira estava fora de perigo e longe do inimigo, ele retirou uma flecha da aljava e ajeitou no arco. Respirou profundamente e atirou.
  A flecha acertou bem no meio do peito do Homem, levando-o a vomitar sangue negro. Mais duas flechas acertaram ele. Uma na coxa e outra na barriga. Sangue negro escorria pelos ferimentos.
  - Vocês não vão vencer. - Disse ele - Não sabem com o que estão lidando. Uma guerra esta por vir. E se acham que podem enfrentar a gente estão enganados. Isso que vocês enfrentaram não são nada parecido com o que esta por vir.
  Ele começou a tossir e seu corpo começou a desaparecer um fumaça negra. Lukas ficou ali parado olhando a cena, e Samira logo se juntou a ele. Com uma tossida final, o Homem desapareceu em nuvens negras.
  Um barulho de explosão veio do teto.
  - Vamos - Disse Lukas - Os dois estão la em cima. Vamos ajuda-los.
***
  Faixas puxavam a foice do Trevor, tentando arranca-las das mãos dele. 
  - Acha mesmo que pode me vencer? - Provocou o Homem - Aposto que não. Mal consegue mexer sua foice.
  Uma sombra surgiu entra ele e o Trevor, e Diego apareceu cortando as faixas que prendiam a foice. O sorriso saiu do rosto do adversário e foi para o rosto do Trevor.
  Diego estava todo sujo e com alguns arranhões no rosto e nas mãos, tentava com muito esforço segurar a espada com apenas uma mão. Trevor estava em perfeito estado, suas roupas pareciam meio rasgadas mas seu corpo ainda intacto.
  - Acabe com ele! - Gritou Diego - Eu te dou cobertura.
  Trevor não tinha passado muito tempo com Diego, mas era a primeira vez que tinha visto ele com toda aquela agressividade.
  O Homem jogou suas faixas novamente contra os dois. Diego surgiu de trás do Trevor e cortou todas elas, sem exceção. Trevor entendeu o que ele estava fazendo e aproveitou a distração do colega. Apoiando a base da foice no chão, passou por cima de Diego e deu um giro, atacando o inimigo, mas não ultimo segundo, ele criou uma parede de faixa que serviram como isca. Quando a barreira foi destruída, achando que iria dar o golpe final, o Homem gritou triunfante. Porem, ele tinha esquecido que Diego estava perto o suficiente para notar. A espada dele estava a poucos centímetros da garganta dele. O Homem pulou para trás para sair do campo de ataque de Diego. Trevor acompanhou seus movimentos e os dois entraram em uma briga corpo a corpo e lamina contra faixas.
    As faixas enrolaram na lamina da foice,mas Trevor não iria cair no mesmo truque duas vezes. Ele girou a foice, forçando a lamina a cortar as faixas. O Homem cambaleou para trás e Diego surgiu novamente com a espada no alto pronto pra atacar, mas um grupo de faixas o fez tropeçar. 
  Trevor atacava-o com a lamina a cada segundo, mas o Homem se defendia todas as vezes com as faixas. Tem que haver um meio de vencer esse cara. Pensou Diego. 
  Diego levantou no instante em que um punho de faixas iria acerta-lo. Trevor ainda tentava acertar o inimigo, mas parecia ser impossível. Sabendo que aquela luta não iria a lugar algum, Trevor e Diego recuaram para penar em outra forma de vencer o Homem. 
  - Tem alguma ideia? - Perguntou Diego.
  - Na verdade tenho sim. - Disse Trevor sorrindo.
  O sorriso desse garoto coloca medo em qualquer um. Concluiu Diego.
  Trevor avançou novamente com a foice preparada para corta o inimigo em dois. O Homem lançou as faixas novamente para criar outro escudo, mas antes que elas se firmassem e solidificassem em uma barreira, Diego já estava ao seu lado cortando as faixas. A lamina de Trevor desceu e cortou o peito do inimigo. Sangue negro começou  a escorrer por cima do sobretudo, mas parecia que o ferimento era superficial.
  - Cretino! - Gritou o Homem.
  Ele criou uma mão gigante feita de faixas negras e com um rápido movimento, segurou Trevor e começou joga-lo pelo local, assim como tinha feito quando eles entraram.
  - Não dessa vez - Disse Diego.
  Com um rápido movimento, ele chegou onde a corda passaria com Trevor e cortou a faixa, fazendo com que Trevor caísse rolando pelo chão. Diego correu em direção ao inimigo e começou a golpeá-lo, porem era bloqueado por faixas sempre que tentava. 
  Diego olhava para trás sempre que podia, mas não conseguia ver Trevor em lugar algum. Com um movimento rápido, mudou o curso da lamina  e tentou golpear no lado do Homem.Uma faixa surgiu e segurou a lamina. Diego começou a brigar em um tipo de queda de braço com a faixa, para tentar acertar seu adversário.
  Uma lamina apareceu da escuridão a fim de acertar a cabeça do Homem, só que ele foi mais rápido. Se livrou da espada do Diego e o chutou, fazendo com que ele fosse jogado para trás e bateu a cabela em um dos pilares que estavam erguidos. Diego apagou na hora.
  Trevor entrou na luta no lugar de Diego e começou a fazer manobras com a foice, tentando a qualquer custo acertar o Homem. Uma faixa agarrou o braço livre do Trevor, que tentou corta-la com a foice, mas foi impedido com outra faixa que agarrou seu outro braço. Três faixas agarraram sua foi e puxaram para longe dele. No instante que a foice perdeu o contato com a mão de Trevor, voltou a ser uma simples corrente, que escorregou pelas faixas e caiu no chão.
  Faias se uniram formando um punho cerrado.
  - Isso é por invadir minha propriedade - Disse o Homem
  As faixas em forma de punho avançaram e com uma força de tremer o chão acertaram a barriga de Trevor.
  - Isso é por me fazer sangrar em minha própria casa - Continuou ele 
  E novamente acertaram a barriga do Trevor.
  - Isso é por eu não gostar de você - Continuou ele.
  E mais uma vez, um soco na barriga.
  Trevor mantinha a cabeça baixa a todo momento. Não dizia nada, não fazia nada. Apenas mantinha a cabeça baixa.
  O Homem ia falar alguma coisa, mas ao invés disso, rugiu de dor. Uma lamina estava enfiada em seu ombro esquerdo.
  - E isso - Sussurrou Diego - É por virar as costa pra mim.
  Quando ele tirou a lamina, mais sangue negro escorreu pelo corpo do Homem. As faixas, parecendo sentir a dor do seu comandante, começaram a se retorcer e largaram o Trevor no chão.
  Quando a dor já não era mais um problema, varia faixas começaram a batalhar contra Diego. Quando o Homem voltou-se pra Trevor na esperança de pega-lo novamente, ficou surpreso com o que viu.
  - Isso é tudo - Disse Trevor dando uma risada, que na opinião de Diego, dava muito medo. - Estou cansado disso.
  Ele levantou do chão com sua foice, e a apoiou no ombro segurando com a mão esquerda.
  - Agora vou lhe mostrar do que uma pessoa insana é capaz - Continuou Trevor, dessa vez rindo loucamente, com a cabeça entortada para o lado direito.
  Mas o que é isso?. Perguntou Diego mentalmente.
  Trevor correu um direção ao Homem e começou a golpeá-lo novamente. Diego achou que nada iria adiantar, já que eles já tinham testado isso. O Homem mal conseguia se defender dos ataques de Trevor e a maioria causava pequenos cortes pelo corpo dele. Trevor ria a cada ataque que acertava o inimigo. Ele parou por um segundo e com a parte cega da lamina, empurrou o inimigo para trás, deixando-o sem proteção e com um rápido movimento desferiu um golpe e fez outro corte no tórax do Homem, desta vez mais profundo. Não satisfeito com isso, virou novamente e desferiu outro ataque, cortando a mão do inimigo. Sangue negro jorrava para todos os lados. 
  Trevor continuava atacando. E continuava rindo. Fez mais dois ataques, um corte no braço direito e arrancou uma das pernas do Homem. 
  Com os olhos arregalados, o Homem se desfez em fumaça negras quase que imediatamente quando Trevor deu um golpe final cortando sua cabeça.
  Ele ficou ali parado, dando pequenas risadas quase que silenciosas.
  - Trevor - Disse Diego a uma certa distancia - Trevor, você está bem?
  Mas ele não respondeu.
  - Trevor - Gritou Diego - Responde.
  Alguns segundos se passaram e Diego achou que Trevor tinha perdido a audição.
  - Estou bem - Respondeu Trevor - Vamos encontrar os outros, ainda não acabamos nossa missão aqui.
  E os dois foram em direção a porta que ficava do lado oposto ao deles. Diego mantinha uma certa distancia de Trevor se perguntando: O que aconteceu com ele?

domingo, 14 de julho de 2013

Ressonância 10º

Capitulo Dez


  A porta da frente estava trancada com cadeado.
  - Como vamos entrar? - Perguntou Samira.
  Lukas observou a frente da fabrica. Nada além de arvores, mato e lixo. Havia uma janela com os vidros quebrados, perfeito para passar uma pessoa de cada vez.
  - Vamos entrar por ali. - Disse ele apontando para a janela.
  Lukas fez um gesto para Samira segui-lo.
  - Tem certeza? - Sussurrou Samira.
  - Tenho - Sussurrou Lukas - E por que estamos sussurrando?
  Ela revirou os olhos em resposta. Lukas ajudou Samira a subir a janela e entrou em seguida.
 A fabrica por dentro tinha canos para todos os lados, raios de luz que passavam por telhas quebradas era a unica coisa que permitia que os dois pudesse ver onde estavam. Barulhos de metal rangendo assustava Samira a todo instante. As paredes estavam cheia de rachaduras, e teias de aranha se encontravam em cada canto.
  - Esse lugar esta cada vez mais sinistro - Falou Lukas - O que viemos fazer aqui mesmo?
  Samira não quis responder. Ela estava agarrada as costas do Lukas. Ela dava um gritinho toda vez que escutava um barulho ou via um vulto.
  Eles estavam andando já fazia uns dez minutos e até agora eles não se encontraram com Trevor e Diego.
  - Tem alguma coisa muito errada aqui - Disse Lukas - Essa fabrica não é tão grande assim.
  - Estamos andando em circulo? - Sussurrou Samira.
  - Eu não sei.
  Eles continuaram andando, tomando cuidado para não bater a cabeça nos canos. Não havia nenhum sinal de Trevor e Diego.
  Os dois andaram até serem barrados por uma maquina gigante. Estava muito enferrujada e coberta de teias de aranha. Um arrepio percorreu o corpo de Lukas. Ele não gostava muito de aranhas, e aquele local era meio perturbador para ele.
  Samira examinou a maquina e encontrou um lugar para subir. Segurou em uma das aberturas da maquina e escalou, Lukas seguiu seu exemplo e em pouco tempo os dois conseguiam enxergar; tudo ao seu redor. Apesar de que estava meio escuro.
  Depois de contornar a a maquina enferrujada, os dois seguiram pela escuridão sem ruma algum. Samira continuava gritando cada vez que escutava alguma coisa. Não deve ter nada aqui, se tivesse, já teria nos atacado de tanto que Samira grita. Pesou Lukas.
  Passaram mais de vinte minutos e nada. Nenhum ataque, nenhum sinal dos amigos e muito menos sinal de luta. O que quer que estivesse lá, não esta mais. Samira permanecia escondida atras de Lukas e estava mais preocupado com as aranhas do que com os Onis.
  - Agora quem acha que tem alguma coisa errada sou eu - Sussurrou Samira - Parece ate que estamos sendo obser...
  Ela parou de repente.
  - Lukas - Choramingou ela.
  Sua expressão era de choque.
  - O que foi? - Perguntou ele.
  Mas ela não respondeu. Sua respiração estava acelerada, seu olhar de trauma estava começando a preocupar Lukas.
  - Samira, pelo amor de Deus, diga alguma coisa.
  Bem devagar, Samira começou a olhar para baixo. Seus olhos foram de encontro com uma ratazana enorme que subia em sua perna. Uma onda de panico percorreu todo o corpo de Samira. E não se conteve em deu um grito bem alto, se jogando em cima de Lukas, que se assustou com a grito dela.
  - Quer me matar do coração? - Perguntou Lukas gritando - O que aconteceu?
  - Um bicho. Um monstro. Uma coisa enorme - Disse Samira choramingando. - Com garras afiadas e dentes enormes. Vamos embora daqui!
  Lukas sabia que ela estava pirando.
  - Calma, calma - Disse ele - Vamos só terminar o que viemos fazer aqui e ...
  - Humanos são criaturas adoráveis - Disse uma voz na escuridão - Inocentes e adoráveis.
  Samira parou de choramingar. Lukas começou a olhar de um lado para o outro a procura do dono da voz.
  Passos ecoaram por todos os lados. Em um movimento automático, Samira e Lukas ficaram um de costas para o outro. Não dava para ver nada naquele local. Se começasse um combate, eles estariam em desvantagem.
  Um vulto se começou a se formar na frente do Lukas. Era alto e magrelo, dava para ver que usava um chapéu, mas não qual tipo de chapel. Lukas sabia que estava em uma armadilha, sentia que aquele homem, ou seja la o que ele for, não estava sozinho.
  - Apareça! - Gritou Lukas.
  O homem começou a andar e foi em direção a luz. Lukas esperava que fosse um monstro, mas na verdade era apenas um homem de meia idade. Usava terno preto e uma gravata vermelho escuro. Olhava sorridente para os dois.
  Samira olhou para o lado oposto e viu que estavam encurralados. A grande maquina estava atras deles e o homem na frente.
  - O que fazem aqui crianças? - Disse o homem. - Sabe que este lugar é perigoso, não conhecem a fama deste local?
  Nenhum dos dois respondeu.
  - Então eu vou contar para vocês - Disse o homem.
  - Cale-se - Sussurrou Samira.
  - O que disse mocinha?
  Samira respirou fundo antes de prosseguir.
  - Eu mandei você calar essa sua boca! - Gritou ela.
  Ele ficou serio por um segundo antes de sorrir novamente.
  - Isso não é nada educado mocinha - Disse ele - Mas o que pode se esperar de humanos. São egoístas. Nunca pensam nos outros. Bom, isso não me interessa. - Sua voz mudou de tom, parecia mais estressado - Vocês invadiram meu território, perturbaram a paz nesse recinto. Eu deixaria vocês irem embora, mas meus bichinhos estão famintos, fazia muito tempo que não recebíamos visitas tão saborosas.
  De repente, barulhos de passos e pegadas surgiram de todos os lados. Olhos surgiram na escuridão e quando perceberam o perigo já estavam cercados por criaturas negras e pessoas com guarras.
***
  - Sera que a porta esta aberta? - Perguntou Diego.
  Diego e Trevor demoraram cerca de dez minutos para das a volta na fabrica. Não tinha nada de interessante lá, era apenas a fabrica e as arvores. Uma porta de metal enferrujada estava semiaberta. Diego deu um pequeno empurrão e a porta abriu. Diego ficou feliz que o que fez e foi caminhando em direção a entrada, quando Trevor o parou.
  - O que? - Perguntou Diego.
  Trevor olhava de um lado para o o outro. Suspeitava de alguma coisa. Olhava para a floresta, depois voltava para a porta, e começou a analisar as janelas da fabrica.
  Na frente não dava para notar, mas a fabrica tinha dois andares. Trevor ficou olhando para as janelas por um bom tempo.
  - Vamos por ali - Disse ele apontando para uma janela do primeiro andar.
  - E como você planeja chegar lá em cima? - Perguntou Diego.
  Trevor parou e começou a pensar novamente. Olhou novamente para os lados. Quando pareceu ter uma ideia, sorriu.
  - Nossas armas não servem apenas para batalhas, Diego. - Disse ele - Então, vamos entrar assim.
  Ele puxou sua cruz e ela automaticamente se transformou na foice. Trevor olhou para a janela como se estivesse calculando com precisão. Segurou a foice com firmeza e em um único golpe fincou a lamina na parede. De algum modo que Diego não conseguiria explicar, Trevor deu um impulso com os pés e pulou contra a parede.
  Diego iria jurar que Trevor bateria a cabeça na parede, mas no ultimo segundo ele se virou e impulsionou o pé na parede e retirou a lamina de onde ela estava e fincando acima de sua cabeça.
  Repetiu o processo mais duas vezes antes de se pendurar na janela e entrar na fabrica. Colocou a cabeça para fora e gritou para o Diego:
  - Sua vez!
  Diego estava como o queixo caído. Ele, literalmente, ignorou as leis da física. 
  Ele pegou seu bracelete, que se transformou na espada quase que imediatamente. Respirou fundo e fincou a espada na parede. Diego segurou no cabo e foi repetir o que Trevor tinha feito. Pegou impulso e e bateu com o pé na parede. Foi meio sem jeito e ele quase caiu, mas conseguiu se firmar ao tirar a lamina e coloca-la novamente na parede. Por não ter muita pratica, Diego subia mais devagar do que Trevor e teve que repetir o processo mais cinco vezes antes de chegar ao topo.
  Diego estava ofegante enquanto Trevor se apoiava na foice esperando o garoto se recompor.
  Não demorou muito para que os dois começassem a explorar o local. Era cheio de mesas quebradas, papeis jogados pelo chão, havia quatro colunas muito bem visíveis e canos que vinham das paredes e subiam pelas colunas em direção ao próximo andar.
  - Aqui deve ser a parte administrativa do lugar - Comentou Diego.
  Trevor se manteve calado o tempo todo. Diego então tentou quebrar o gelo.
  - Então - Começou ele - Qual é a parada das duas almas?
  Trevor parou por um segundo, mas logo voltou a andar. Ele olhava para os dois lados cada vez que passava por uma mesa jogada no chão.
  - Confesso que nem eu mesmo sei - Respondeu ele.
  Diego começou a prestar atenção em sua volta. O lugar era iluminado pelas janelas e ele via algo molhado nas paredes. Ele começou a caminhar em direção as manchas e perguntou ao Trevor:
  - Por que não entramos pela porta? Por que inventou de ir pela janela, que era mais complicado?
  - Algo me disse para não cruzar aquela porta - Respondeu Trevor - Além do mais, Lukas e Samira entraram pela porta da frente, então, provavelmente, estão no térreo.
  Diego parou próximo a parede e passou o dedo na parte molhada e observou os dedos vermelhos. Mas isso é sangue? 
  - Assim - Continuou Trevor - Seria muito mais fácil e rápido se a gente fosse no próximo andar e cobri...
  Alguma coisa se enroscou na perna de Trevor e começou a joga-lo de um lado para o outro, Diego olhou horrorizado para trás e se espantou com o que estava acontecendo com Trevor.
  Uma coisa parecida com uma corda atirou Trevor contra uma das colunas, o impacto fez com que pedaços da coluna se partisse. Logo depois começou a jogar Trevor em uma sequencia. Parede, cano, mesa, coluna, parede, cano, mesa, coluna. Cade vez que ele batia em algo, esse algo desmontava. Trevor foi jogado contra as paredes das repartições. Ele atravessava as paredes como se elas nem existissem. Diego apertou os olhos para ver através da poeira e viu quando não sobrou nenhuma parede em pé.
  No momento em que a coisa atirou Trevor em um cano, Diego não perdeu tempo. Com um movimento rápido, ele cortou o que segurava o pé de Trevor.
  Diego ficou olhando os destroços a procura de Trevor, quando o viu levantando no meio das paredes quebradas. Impossível, ninguém é jogado feito uma bola de ping-pong desse jeito e sai vivo. Pensou Diego. Como saiu vivo dessa?
  Diego se apressou e ajudou Trevor a se levantar. A roupa dele estava cheia de pó branco e rasgada em algumas partes. Porem seu corpo estava intacto. Nenhum arranhado nas mão, nem no rosto.
  - Como pode ser possível um humano estar vivo depois desse ataque? - Disse uma voz vindo de trás deles.
  Os dois viraram o mais rápido que podiam e se depararam com uma figura totalmente estranha. Usava um sobretudo, uma blusa e uma calça totalmente preto. De seu sobretudo saia faixas que dançavam ao seu lado. Então foi isso que atacou Trevor. Confirmou Diego.
 O ser tentou se aproximar deles, mas foi barrado pela lamina da foice de Trevor e da espada de Diego.
  - Querem brigar? - Disse ele indignado - Muito bem, mas eu aviso, não costume perder. - E foi contra os dois garotos.

domingo, 7 de julho de 2013

Ressonância 9º

Capitulo Nove


  ***
  Max estava em cima da mesma pedra que da ultima vez. Ele conhecia bem o local, era a entrada da academia. Destroços por todo o lado, alquimistas lutavam por suas vidas contra vários onis. Até Samantha estava entre os combatentes.
  Bem no meio da batalha estava o que realmente interessava. Uma garota, de cabelos brancos presos em uma maria chiquinha e olhos azuis, estava segurando um baculo prateado, usava uma armadura prateada com detalhes de seda branco. Asas enormes e branca saiam de suas costas. É ela. Pensou ele. Tão diferente, mas ainda sim tão graciosa. Muita coisa vai mudar, essa visão ainda esta longe de acontecer.
  Max começou a focalizar nas imagens distorcidas ao lado dela. Uma começou a clarear, e Max viu outra garota. Cabelos curtos, algumas mechas em vermelho. Usava uma blusa justa sem manga totalmente preta com algumas estampas de caveira, usava um saia curta jeans e uma bota preta. Samira? Espantou Max. Samira era quase irreconhecível. Estava totalmente diferente. Como o futuro pode ser tão diferente assim? Aquela garota que mal podia atirar três flechas de movimento era uma das escolhidas.
  Continuou olhando as imagens distorcidas, porem estava começando a ficar com medo do que poderia ver. Outra imagem começou a clarear. Lukas? O garoto estava todo surrado e cansado, seu cabelo estava um pouco maior, mas ainda sim loiro. Sua tatuagem no braço direito também estava diferente, alem de estar pegando fogo negro. Seus olhos eram completamente negros, sem nenhuma parte branca. Uma nuvem negra formava um par de asas nas suas costas, alem de uma cauda que ricocheteava o ar. Mas o que aconteceu com ele? O que Samantha ira fazer com eles?
  Seus olhos se fixaram em outra imagem. Diego era o único que não parecia ter mudado tanto. Estava mais musculoso e muito mais rápido do que o Diego do presente. Cortava onis atras de onis com uma facilidade impressionante. Usava um jaquete preta por cima da blusa de basquete. Sua espada pegava fogo, o fogo mais vivo que Max já tinha visto.
  Quatro imagens completamente nítida, mas ainda tinha quatro. Talvez, Trevor não faça parte deles, talvez, a vinda de Trevor tenho sido apenas coincidência. Ele estava se preparando para voltar, quando uma imagem explodiu em meio a batalha.
  Max se esforçou para ver além da fumaça. Trevor estava em perfeito estado, tirando o fato de suas roupas estarem meio queimadas. Sua foice estava totalmente diferente da atual. Max ficou olhando a luta dele por um tempo, e via que coisas estranhas aconteciam ao corpo dele toda vez que era atacado. Mas Max não sabia dizer o que era.
  Ao observar a luta, viu que uma das três imagens distorcidas era mulher e as outras duas eram homens. Quem sera? Ninguém que esta na academia alem dos cinco se encaixa aos três. Max via muitas pessoas que ainda não estão na academia.
  Ele começou a procurar por pessoas conhecidas. Quando uma garota chamou sua atenção. Ela estava ajoelhada no chão. Estava cansada e pouco suja, não dava para ver seu rosto, apenas os cabelos castanhos escuros e bagunçados. Dois Onis foram em sua direção, mas ela não pareceu se importar. O que aquela garota vai fazer? Vão mata-la! Max não podia fazer nada, ele apenas podia ver . Sua visões não saiu som e qualquer coisa atravessava seu corpo. Era como se ele fosse um fantasma.
  A garota não se mexia, e aqueles onis iriam destruí-la. Uma das imagens embaçadas começou a correr em direção a garota, parecia dizer alguma coisa, mas Max não conseguiria decifrar. Foi quando a garota levantou a cabeça. Seus olhos eram de raiva, mas sua expressão era de desesperança. Max ficou olhando para aqueles olhos. E foi engolido pela escuridão.
***
  - Então você acha mesmo que nos fazemos parte de uma geração de alquimistas que salvarão o mundo desses onis? - Perguntou Lukas
  - Mais ou menos assim - Respondeu Samantha.
  Lukas estava sentado na parte de cima da beliche de seu quarto. Samantha estava sentada na cadeira da escrivaninha molhando um pano e colocando na cabeça de Max, que estava deitado em sua cama, desacordado. Samira estava nos pés da cama olhando para o garoto, sem dizer uma palavra. Diego estava encostado na porta e Trevor tinha saído depois de ajudar a levar Max para o quarto.
  - Você acha mesmo que é isso? - Perguntou Diego
  - As gerações antigas tinham armas camufladas iguais a de vocês. - Disse Samantha calmamente.
  - Isso não quer dizer nada - Retrucou Lukas.
  - Isso quer dizer tudo - Respondeu Samantha - Mas, o único que pode comprovar isso é o Max.
  Quando ela terminou de falar, Max acordou. Ele ficou olhando para cima. Seus olhos estavam vazios e mal parecia respirar.
  - Você tinha razão Samantha - Disse ele - Esses quatro fazem parte da geração. Esta feliz agora?
  De um segunda para o outro, Max parecia ter ganhado as forças de volta. Levantou e saiu correndo.
  Os três ficaram olhando para Samantha a procura de uma explicação, mas ela apenas levantou e saiu.

  Lukas e Samira tinham desaparecido. Diego resolveu ir ate a quadra de basquete para colocar as memorias em ordem. O sol estava se pondo, e as luzes do local já estavam acesas. Não havia ninguém la em cima. Diego pegou a bola e começou a treinar arremessos. Como não havia ninguém perto dele, não precisava se distrair com nenhuma alma.
  Começou a arremessar a bola. Sua mente se esvaziava a cada cesta que fazia. Não pensava mais em nada, seu único objetivo era a bola na cesta. Quando barulhos atrapalharam sua concentração. Ele jogou a bola na cesta e foi ate a um dos cantos do terraço. Um grupo de mais ou menos vinte pessoas estavam entrando na academia.
  - São os alquimistas que estavam visitando os parentes. - Disse um voz atrás dele.
  Dianna estava sentada em um banco próximo a ele.
  Diego ficou olhando para ela até conseguir ver sua alma. Uma alma perfeitamente azul, sem nenhuma característica especial. Humana. Antes que ele pudesse perguntar algo, e prosseguiu:
  - A academia só pode ser vista por aqueles que precisam dela. Porém há pessoas que tem a destino entrelaçado com a magia, e mesmo assim nascem humanos. Que é o meu caso. Mas nossa identidade é fortemente secreta. Qualquer humano que souber sobre nós ira conseguir ver a academia. E isso é perigoso. Houve uma época em que tentaram unir os dois mundo, porem não deu muito certo. Mas isso é historia para outro momento. Onde estão Lukas e Samira?
  - Eu não sei. Desapareceram logo depois que Max se recuperou.
  - Entendo - disse Dianna - Daqui a pouco eles voltam. E você? Vai ficar aqui apenas não finais de semana?
  - Não sei. Posso ficar fora de casa uma semana inteira que ninguém liga. Não sei ainda o que vou fazer.
  Dianna se levantou e começou a ir em direção a escada.
  - Descanse criança. Amanha será um dia bem longo.
***
  - Aonde vocês estavam? - Disse Diego.
  - Em casa. - Respondeu Lukas - Tive que inventar uma desculpa para o meu pai.
  - Eu também. - Respondeu Samira.
  Os três estavam na saída do colégio, indo para a academia. O caminho era meio longo, mas os três não tinham nenhum problema com isso. Lukas e Samira levavam uma bolsa  a mais que Diego, já que os dois tinham se preparado para passar a semana na academia.
  Nenhum dos três prestaram muito a atenção na aula. Dianna tinha dito que eles iriam fazer algo diferente, mais animador.
  - Então - Disse Samira - O que acha que vamos fazer hoje?
  - Falaram que era uma coisa divertida. - Respondeu Samira.
  - Samantha e diversão não combinam. - Disse Diego.
  Os amigos riram. Era o primeiro divertimento nos últimos dias.
  Durante a caminhada a te a academia, Diego teve a brilhante ideia de começar a contar suas piadas sem graça. Eram tao sem graça que fazia Lukas e Samira rir de perder o folego.
  Viraram a esquina e encontraram Max sentado na calçada em frente a academia. Ele estava lendo um manga e nem notou a presença dos três. Na escada estava Dianna conversando com uma garota nada familiar para os amigos. Quando ela os viu, dispensou a garota e sorriu para eles.
  - Bem vindos novamente - Disse ela alegremente - Samantha esta a espera de vocês na sala dela. Boa  sorte.
  O que ela quis dizer com boa sorte? Pensou Lukas.
  Eles entraram na academia e se impressionaram com a quantidade de pessoas que tinha la dentro. Era crianças correndo de um lado para o outro. Adolescente rindo e fofocando.
  - Por que nunca tem adultos nesse lugar? - Perguntou Diego.
  Nenhum dos dois responderam.
  Entraram na sala da Samantha. Ela estava sentada em sua mesa com vários papeis de cores, tamanhos e formas diferentes.  Trevor estava sentado olhando para o nada. Vestia a mesma capa de quando veio para a academia.
  - Estou aqui vendo, qual o melhor para vocês - Disse ela - Esse não, esse não, esse não. Aqui esta. Este.
  Ela pegou um papel retangular branco e colocou em cima de um livro. Todos se aproximaram para ver do que se tratava.
  - O que é isso Samantha? - Perguntou Samira.
  - Isso sera o seu primeiro treinamento de campo, Samira. - Respondeu ela - Vocês estarão em uma missão, e aqui esta as instruções.
  Todos se voltaram para o papel que ela pegou. Nele dizia:
  '' Movimentos desconhecidos, barulhos estranhos. Suspeita de atividade demoníaca na velha fabrica de papel. Investigação. Recompensa: C$ 10.000,00 ''
  Lukas ficou de queixo caído.
  - Dez mil? - Disse ele.
  - Sim - Respondeu Samantha - Obrigatoriamente, metade do dinheiro vai para as despesas extras da academia, mas o resto vocês dividem entre si. Bom, chega de enrolação, vão para seus quarto e se troquem, coloquem uma roupa difícil de rasgar e que deixa vocês confortáveis. Estarei esperando por vocês na entrada da academia.
  Todos concordaram e saíram da sala, subindo as escadas. Quando chegaram no próximo andar. Lukas e Samira foram para o primeiro corredor da direita, Diego para o primeiro da esquerda e Trevor para o segundo da direita.
  - Ate daqui a pouco - Gritou Samira alegremente.
  - Até - Todos responderam.

  Lukas entrou apressadamente em seu quarto e jogou a mochila e a bolsa na cama. Pegou sua blusa de manga curta verde favorita e a vestiu. Ele gostava daquela blusa por que tinha um capuz nela. Pegou sua calça jeans mais velha com alguns rasgos nos joelhos e colocou o mesmo tênis cinza que estava. Seus anéis permaneciam em seus dedos. Saiu do quarto e bateu na porta do quarto da Samira.
  - Já estou saindo - Gritou ela lá de dentro - Me espera la na salinha.
  Lukas obedeceu e foi. Diego e Trevor já estavam la. Diego estava usando uma blusa preta de basquete da academia com uma camiseta branca por baixo. Usava uma calça de moletom da mesma cor que a blusa e um tênis preto e vermelho. Seu bracelete estava bem visível em seu pulso.
  Trevor estava em pé apoiado na parede. Vestia uma blusa de manga comprida e gola alta preta, uma calça jeans escura e um all star preto com cardaços branco. A cruz em seu pescoço parecia brilhar mais do que antes.
  - Cade a Samira? - Perguntou Trevor.
  - Ela disse que já esta acabando - Respondeu Lukas.
  Lukas sentou no sofá de costa para a escada e ficou esperando. Ninguém falava nada, e isso parecia uma eternidade para Diego. Uns passo ecoaram pelo corredor dos dormitórios das criança do ar. Samira vinha correndo feito uma louca.
  - To chegando - Gritou ela do corredor.
  Ela estava dizendo alguma coisa, mas não deu para os garotos compreenderem, pois assim que ela chegou na sala, tropeçou no próprio pé e caiu de cara no chão.
  - Samira! - Gritou Lukas.
  Ele correu e a ajudou a levantar.
  Samira vestia seu uniforme japonês com detalhes azuis. Alem de calçar botas de cano baixo marrom claro. Seu cabelo amarrados e preso nos hashis deixavam-na ainda mais bonita.
  - Ninguém viu, não é? - Disse ela ficando vermelha.
  Lukas riu.
  - Não, ninguém viu - Disse ele - Vai ser nosso segredo.
  E os dois caíram na risada.
  - Vocês dois - Disse Diego - Vamos deixar de namorinho de lado e descer antes que Samantha perca a paciência. Já estamos atrasados.
  - BAKA - Gritou Samira dando um chute em Diego, fazendo com que ele parasse na parede do outro lado da sala.
  - Meu deus! - Disse Trevor.
  - Vamos - Disse Samira nervosa.

  Samantha estava encostada no portão de grade. Quando viu os quatro acenou.
  - Muito bem. Vocês tem até amanha de manha para voltar. Sem perguntas. Não admito falhas. Esse táxi vai levar vocês ate a metade do caminho, o resto terão que ir a pé. Boa sorte. - Disse ela e depois entrou na academia.
   - Como assim ''não admito falhas''? - Perguntou Diego.
  - Desencana Diego - Falou Lukas - O que pode acontecer de tão ruim.
***
  Eles perderam quase duas horas para chegar até a tal fabrica. A fabrica fica isolada da cidade. Tinha floresta dos dois lado. Nenhum sinal de civilização a mais ou menos uns dois quilômetros.
  - Esse lugar parece um deposito. - Disse Diego. - Então, é só entrar e ver se tem mais daqueles bichos la dentro.
  - Espera um pouco - Disse Trevor - Esta fácil demais, chegamos ate aqui sem nenhuma interrupção.
  - Trevor está certo - Disse Lukas - Não podemos entra todos pela porta de frente.
  - E se a gente se dividir? - Perguntou Samira - Dois vão pela porta da frente e dois dão a volta e entram por trás.
  - Isso é um ideia genial - Sussurrou Trevor assustado.
  Eles se aproximaram da velha fabricaram e fizeram um semi-circulo.
  - Muito bem - Disse Lukas - Eu e Samira vamos pelo portão da frente. Diego, você e Trevor vão pelo de trás.
  - Por que eu tenho que ir com ele - Sussurrou Diego
  Lukas não pareceu ouvir, pois já estava puxando Samira e indo em direção a fabrica.
  - Vamos Diego - Disse Trevor - Temos que dar a volta para entrarmos pelos fundos.