domingo, 26 de janeiro de 2014

Ressonância 38º

Capitulo Trinta e Oito

Praça Pública - Parte Final

    O bigodudo era burro igual a uma porta. Ele não cansava de repetir os mesmos movimentos contra Lukas. O garoto já tinha tentado varias formas de mata-lo, mas nem ele nem Kaze estavam conseguindo. O espírito dos ventos já tinha jogado o Onis para todos os lados, mas nada surtia efeito.
  - O cara é burro - Disse Lukas para Kaze. - Mas é resistente.
  O garoto estava começando a sentir os efeitos colaterais de ter invocado Kaze. Estava sentindo sua energia ir embora. Tinha que acabar logo com aquilo. O Bigodudo não parecia ter um ponto fraco assim como o outro. Ele já tentara acertar o peito, o braços, as pernas e a cabeça, mas nada adiantou.
  Todos tem um ponto fraco, não existe ser no mundo que não tenha um ponto fraco. Pensou ele.
  Mirou mais uma flecha e atirou, causando o mesmo efeito que as outras vezes. Nada.
  O bigodudo correu em direção a Lukas. Ele não conseguia acompanhar a velocidade do Oni, e já esperou pelo golpe. A dor percorreu todo o lado do garoto, fazendo-o cair sobre o braço direito.
  Lukas não podia perder tempo com a dor. Se levantou e atirou outra flecha. Não tinha nem mirado no inimigo e sabia que o ataque não iria causar nem um arranhão. A Flecha foi em direção ao rosto do Oni, que curvou a cabeça para o lado, na intenção de passar ileso pela flecha. O objetivo pontiagudo passou de raspão no pescoço do Oni, causando um pequeno corte. Uma gota negra escorreu pelo pescoço do inimigo.
  O pescoço.
  - Kaze - Sussurrou ele - Você consegue fazer aquilo de desaparecer e aparecer?
  - Claro - Respondeu ela.
  O Oni correu novamente na direção dos dois, e por sorte, Lukas conseguir desviar dele.
  - E consegue me levar junto? - Perguntou o garoto esperando uma resposta rápida.
  - Claro - Disse ela pensativa - Quero dizer, talvez. Uma passagem de curta distancia sim.
  - Quanto é essa ''curta distancia''? - Insistiu Lukas.
  Kaze olhou para ele. E ele pode entender que era uma distancia, muito, muito curta.
  -Vamos arriscar. - Concluiu ele.
  Sem que o outro percebesse, ele contou seu plano ao espírito. Ela não pareceu gostar muito, mas concordou.
  Chamando a atenção do Oni, Lukas tinha que esperar a hora certa assim como fez com o outro. A energia dele estava se esgotando, e manter o portal de Kaze aberto já estava ficando difícil.
  Outra flecha foi lançada para deixar o Oni com mais raiva. O que funcionou muito bem.
  Ele foi em direção ao Lukas. Ele, por sua vez, desativou o arco, deixando apenas a aljava nas costas. Respirou profundamente e esperou.
  O Oni se aproximou. Estava na hora.
  - Agora - Gritou Lukas.
  Kaze o abraçou por trás e Lukas sentiu-se mais leve, como se a gravidade tivesse diminuído. O mais estranho era que ele continuava enxergando e se movimentava sem mesmo querer.
  Voltou a sentir seu próprio peso, percebendo estar trás do Oni. Não poderia perder tempo, caso contrario a luta já estaria perdida.
  Retirou duas flechas da aljava, manteve as duas firmas nas mão suadas e sangrentas e enterrou na nuca do Onis.
  Ele não teve nem tempo de gritar. Seu corpo se desfez o mesmo instante.
  Lukas se jogou no chão, seu corpo inteiro doía, e nenhuma parte de seu corpo queria obedecer.
  - Arigatou(1) Kaze - Disse ele cansado.
  Não obteve resposta. Vendo que sua tatuagem já estava normal. O portal se fechara.
  Queria dormir, mas tinha que ajudar os outros. Como? Nem ele mesmo sabia.
***
  Se Samira queria mata-lo, tirou a ideia da mente quando viu que o mudo era bom no basebol. Sempre que ele tentava acerta-la, ou ela corria e sai do alcance da arma, ou se abaixava e girava no chão. Mas nenhuma das duas maneiras estavam perto de derrota-lo.
  Samira se aproximava dele a cada ataque do mudo. Totalmente sem ideias, ela apenas atirava tentando para-lo. O que não dava certo.
  Ela se aproximou o suficiente para tentar atirar em sua cabeça. Pulo no momento exato e mirou as colts. No ultimo segundo, o mudo deu um giro golpeando-a com as costas das mãos bem na barriga dela. Ele caiu girando, com as mãos na barriga. 
  Ela se levantou com dificuldades. O mudo tomou distancia e levantava o posto como se fosse arremessa-lo contra ela. Não, não era como se fosse. Ele iria lançar o poste. Samira e virou e correu, no instante que o mudo arremessou. 
  Samira escutou o zunido do concreto cortando o ar, quando o poste caiu a centímetros do lado dela. Ele se concentrou nele e tentou arremessa-lo de volta para o mudo. A seta se formou, porém o poste se movimentou alguns centímetros antes de parar de se mover. Ótimo. Pensou ela. Estou ser forças para arremessar coisas pesadas. Onde eu estava com a cabeça?
  Ela ouviu passos e voltou sua atenção ao mudo que vinha em sua direção. Ele saltou na direção dela para reproduzir o movimento que ela tinha feito. Com as colts, ela atirou nele, desequilibrando-o e assim, ele caiu desajeitado próximo dela.
  Sem perder tempo, Samira saiu de perto dele e começou a atirar novamente. Atirava freneticamente. O mudo não se feria, mas também não conseguia avançar. 
  Então o mudo parou de se mexer. Samira achou estranho e abaixou as colts, esperançosa por ter matado o único inimigo que faltava. Quando foi surpreendida. 
  O Oni pulou em sua direção, igual fez da outra vez. Samira não estava preparada para aquilo, e sabia que não tinha tempo para levantar a arma para atirar. Usou seus últimos esforços para criar uma seta forte o suficiente para arremessa-lo para longe. O poder a atingiu com força total e uma seta se criou. Mas foi diferente das outras vezes. Samira criava suas setas sobre superfícies solidas, mas desta vez, ela criou uma seta no ar, bem embaixo do inimigo.
  O Oni foi automaticamente jogado para o lado, sendo jogado na copa de uma arvore. Samira mirou as duas colts para lá, esperando o inimigo voltar. O que não aconteceu. Ficou desconfiada e esperou mais um pouco. Ate que a curiosidade venceu e ela foi de encontro com a arvore para ver o que havia acontecido.
  O mudo estava lá, se contorcendo de dor, um galho atravessara seu peito e sangue negro escorria pela arvore. Ele tentava respirar, mas parecia que o ar não entrava pelos pulmões. Ele olhou para ela antes de desaparecer, deixando-a sozinha.
  Desativando as colts e amarrando os cabelos de volta. Samira percorreu a praça com os olhos a procura dos meninos. Viu Diego enfrentando o Oni de chapéu, mas não viu o outro, o que significava que ele já tinha morrido. Continuou a procura, mas não encontrou Lukas. Voltou os olhos para o Diego e viu que ele estava bem. Vou procurar Lukas, depois volto e ajudo Diego.
  E correu sem rumo pela praça.
***
  O Oni de chapéu era muito mais forte que o pagodeiro. Ele não se clonava como o o outro, mas a experiência em combate era muito melhor. Diego tinha uma arma, mas o pagodeiro sabia muito bem como se desviar dela.
  Diego investiu com a espada em um ataque tentando cortar a cabeça do adversário. O ataque não chegou nem perto de causar um arranhão.
  - Você é horrível, sabia? - Disse o pagodeiro tentando deixar Diego nervoso.
  Diego colocou bastante força para desferir um corte na barriga do homem que ate um grito deu. O pagodeiro se divertia com aquilo, e se desviava com mais facilidade.
  Diego não desistiu e começou a golpear o pagodeiro na cabeça e na barriga, sempre errando.
  O pagodeiro desviou de um ataque do menino e imobilizou-o, segurando a mão com a espada e virando o braço de Diego para trás. Qualquer movimento que Diego fizesse com o braço poderia torce-lo.
  - Você pode ter uma espada - Sussurrou o pagodeiro nos ouvidos do Diego - Mas não sabe como usa-la, e  seus reflexos são piores que você.
  Diego deu uma cabeçada no nariz do pagodeiro e se livrou de suas mãos, dando um giro perfeito e desferiu outro golpe no inimigo. O Oni se desviou, mas não foi o suficiente e sua camisa foi cortada, e uma mancha de sangue começou a se formar.
  - Danadinho - Rosnou o homem.
  Ele foi em direção a Diego e acertou um soco em sua cara. Diego foi para trás, balançando a cabeça tentando processar o que acabara de acontecer. Mas não deu tempo de reagir. O pagodeiro já estava na sua frente e deu um soco em sua barriga e outro na cara, levando Diego ao chão.
  Vamos lá Diego. Dizia ele a si mesmo, tentando ignorar a dor. Se você briga com com otários na escola, você pode brigar com esse ai.
  Diego se levantou, desativou a espada.
  - Vai me enfrentar corpo a corpo? - Zombou o homem - Ótimo.
  Diego não esperou que ele atacasse. Correu, e tomando impulso contra o chão, se jogo em cima dele e o derrubou. Mantendo o pagodeiro preso no chão, Diego começou a socar a cara dele. Soco após soco. Os punhos de Diego iam contras o queixo e as maçãs do rosto. Para Diego não importava.
  O pagodeiro conseguiu libertar uma de suas mão e acertou o queixo de Diego, dando a oportunidade perfeita para ele contra atacar. Tirou Diego de cima dele e derrubou-o. Assim trocaram-se os lados. Agora o pagodeiro era quem socava e Diego era o atacado.
  Por sorte de Diego, o Oni não prendera suas mãos e ele protegia o rosto com uma e tentava acertar o inimigo com a outra.
  Depois de vários socos sem sucesso, Diego conseguiu acerta algo. O Oni xingou e parou a sequencia de socos. Diego jogou-o para o lado e conseguiu se levantar. O rosto todo doía, mas ele precisava ignorar. Deu dois passos longos e deu um chute na barriga do Oni que ainda estava deitado, tentando se recompor do ultimo soco.
  O Oni se manteve no chão, tentando recuperar o fôlego. Diego chegou mais perto, pronto para ativar sua espada novamente e acabar com a raça dele. Quando se aproximou, o Oni agarrou seu pé e derrubou-o novamente. Se jogou em cima do garoto e dava socos freneticamente, como se sua vida dependesse daquilo.
  Diego estava farto daqueles socos. Uma hora era ele e outra era o Oni. Tenho que dar um fim nisso.
  Ele agarrou na blusa do Oni e tentou tomba-lo para o lado, o que não era fácil. Mas por sorte, sua força era maior que a do inimigo e os dois ficaram ao chão. Diego se apressou e ativou sua espada. O bracelete mal se formou e a lamina atravessou o corpo do Oni.
  Ele gritou de dor, dando socou no ar. Mas não adiantava. Seu corpo já se desfazia em fumaça. Ate que Diego estava com a espada cravada no chão.
  Ele sabia que devia estar com a aparência horrível. Mas não podia perder tempo. Foi para o meio da praça a procura dos amigos.
  Avistou Samira ajoelhada na grama e Lukas sentados encostado em uma arvore. Tanto Samira quando Lukas tinha arranhões no rosto e no braço. Lukas tinha um hematoma no braço.
  Quando Samira viu Diego foi correndo ate ele.
  - Diego - Disse ela assustada - O que houve com você?
  - Explico no caminho - Disse ele cansado - Que tal irmos embora?
  - Descanse um pouco e explique - Disse Samira tranquila e sorridente - Lukas gastou energia de mais e não consegue se mexer. Acho que vamos passar a noite aqui.
  Diego concordou e se sentou de frente ao Lukas e Samira ao lado dos dois. E ali passaram a algumas horas, um contando sobre sua própria batalha.
  Se passaram algumas horas, e depois de um belo descanso, Lukas consegue se levantar, garantindo que já consegue ir de volta para a academia tranquilamente.
  Samira se levantou e virou-se para o rumo onde estava a rua que levava eles para a academia quando avistou uma pequena esfera do outro lado da praça. Brilha intensamente, mas não dava para dizer o que era.
  - O que é aquilo?-  Perguntou ela.
  - Não sei - Disse Lukas - Vamos lá ver.
  Samira se conteve, mas logo seguiu os meninos. A curiosidade tomou conta dos três sobre aquela luz.
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(1) - Obrigado

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ressonância 37º

Capitulo Trinta e Sete

Praça Pública - Parte 3

  Lukas já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha sido derrubado pelo bigodudo. 
  O Oni era mais rápido que ele e mesmo com a ajuda de Kaze, a coisa não estava bem para eles.
  Lukas atacavam com suas flechas, que acertavam as costas do inimigo, mas não causava ferimentos fatais. Aqueles eram diferentes dos outros. Eram mais evoluídos e mais fortes. Kaze permanecia perto de Lukas para protege-lo. Mesmo que ele não precisasse de ajuda, era a obrigação dela, como o espirito dizia.  
  O Barbudo correu em direção ao Lukas e tentou acerta-lo com um poste que iluminava a praça. Como ele havia retirado aquilo do chão era um mistério para Lukas, mas o garoto não iria ficar ali parado para descobrir. Girou para o lado tentando manter os olhos nos dois atacantes, o poste acertou o chão, levantando uma pequena camada de poeira. 
  Lukas retirou mais uma flecha da aljava e atirou no barbudo, que colocou o braço contra o peito para defender o ataque. A flecha enterrou no braço esquerdo do Oni, ele urrou de dor, e retirou a flecha, quebrando-a e jogando-a no chão.
  Percebendo tarde demais, viu o bigodudo se aproximando para ataca-lo. Uma rajada bem forte arremessou ele para o lado, impedido que completasse o ataque. Kaze pareceu feliz com o que tinha feito, e Lukas não parecia cansado por batalhar com o portal de Kaze aberto.
  Vendo que o bigodudo havia desaparecido depois do ataque de Kaze, Lukas torcia para que tivesse morrido, assim só se preocupava com um. 
  Mirando outra flecha, acertou novamente o braço do Onis, pois toda hora defendia o corpo com os braços.
  Já intendi. Pensou ele, acendendo uma chama de esperança.
  Correu em direção ao barbudo para diminuir a distancia entre eles, pegou uma flecha e colocou no arco. Ainda correndo, atirou. Mesmo em uma distancia menor, o Oni conseguiu impedir que o ataque ferisse seu peito.
  Se distraiu com a frustração e não percebeu que estava perto demais. O Onis deu dois passo a frente e desferiu um soco bem na boca do estomago de Lukas. Ele se dobrou para frente, perdendo o ar. O Oni o agarrou pelo pescoço e o jogou no ar, fazendo-o colidir com a estátua de um escritor famoso da região.
  A dor percorreu seu corpo, e os músculos queimavam por causa do impacto. Tentou se levantar apoiando-se na estatua. Kaze ficou entre o portador e o Oni para protege-lo. 
  Ela tentava afasta-lo de Lukas, jogando pequenas bolas de ventos nele, o que não parecia surgir efeito. O Oni se aproximava e Kaze atacava-o cada vez mais. Sua felicidade se tornava desespero ao ver que o inimigo estava cara a cara com ela. Ele levantou a mão para acerta-la no rosto. Kaze desapareceu como um furacão desaparece depois da tempestade, ressurgindo ao lado de Lukas, dando-lhe apoio para que ele levantasse.
  O Oni não podia perder tempo, se Lukas recuperasse as força, tudo voltaria a estaca zero para o inimigo. Correu em, direção ao garoto com os punhos no alto. Lukas olhou para ele, mas não se moveu, esperava a hora certa.
  O inimigo chegou e colocou toda a força que tinha nos braços para atacar. Lukas e levantou com um salto e enterrou a flecha bem no centro do peito do Oni. Sangue negro escorreu pelos dedo do garoto, ate que o Oni se desfez em fumaça. 
  Lukas sorriu em triunfo enquanto Kaze pulava de alegria, quando o barulho de passo ecoaram atrás dele. O Bigodudo estava de volta.
***
  Samira não conseguia mais respirar, o hippie apertava sua garganta o máximo que podia, e Samira já sentia a visão ficar turva. Ela tinha que sair dali. Sentiu as colts em sua mão, e conseguiu revirar os olhos. Como você é burra. Pensou.
   Colocou o cano da arma na barriga do hippie. Ele arregalou os olhos no mesmo instante em que ela sorria. O tiro fez com que sangue negro espirrasse em vario lugares, incluindo nela. 
  O hippie cambaleou para trás, mas não se desfez. 
  - Será possível - Gritou ela - Vocês não morrem?
  O mudo apareceu rindo. Ele segurava uma pedra com uma das mãos e arremessou contra a garota. Samira se concentrou no chão a sua frente e fez uma seta que faria a pedra voltar para o arremessador. O que não aconteceu. 
  Quando a pedra passou pela seta, a poder de Samira tremeu, porem não foi forte o suficiente para mudar o curso da seta e tira-la do caminho da menina. Por sorte, o poder foi suficiente para retardar a força usada para arremessar a pedra, e ela caiu a poucos centímetros dos pés de Samira.
  Agradecendo pelos poderes que tinha, ela começou a atirar freneticamente no mudo, sem esquecer do hippie, que tentava se recompor dos machucados. 
  Os tiros não faziam nem cócegas no mudo. Ele correu ate um poste que estava por perto e fez força para retira-lo do lugar.
 Samira não perderia tempo com ele, já que sabia que suas balas não faziam nada. Pensou em arremessar a mesma pedra que ele tinha jogado, mas não tinha força nem poder para isso.
  Precisava de um plano e rápido. 
  O hippie já tinha recuperado as forças e estava bloqueando boa parte do caminho. Ela sabia que ferir ele era fácil, mas matar era difícil.Olhou ao seu redor e só encontrou latas de lixos e comércios fechados. Ela já não estava mais na praça, então teria que arrumar um jeito de voltar pra lá, para ter maiores chances de vencer.
  O mudo ainda estava tentando arrancar o poste. Assim Samira aproveitou que ele estava ocupado e correu em direção a praça. Não deu muitos passos quando sentiu uma mão agarrar-lhe o pulso e torcer-lhe o braço para trás. Samira deu um grito de dor. 
  - Você não vai a lugar nenhum. - Disse o hippie.
  Ela bateu com o calcanhar no pé do inimigo, curvou o corpo, fazendo com que ele também se curvasse, e depois deu uma cabeçada em seu nariz quebrando-o. Ela tinha aprendido a fazer aquilo em um filme, e sempre quis fazer, apesar de Lukas e Diego nunca deixarem ela testar com eles.
  Não tinha tempo para apreciar aquele momento, ela voltou a correr e adentrou na praça. Estava em um terreno mais propicio a usar suas habilidades. 
  Ela parou e esperou seus inimigos se aproximarem. O hippie foi o primeiro a aparecer. O outro ainda deve estar tentando tirar aquele poste do lugar. Pensou ela. 
  Torcendo para que o mudo continuasse onde estava, ela deu a primeira investida contra o hippie. Ela conseguira usar duas setas ao mesmo tempo e jogado duas pequenas estátuas de anjos contra o Oni. Aquilo o deixou atordoado o suficiente para ela prosseguir. Não deixaria ele se recuperar.
  Ela não tinha muitas coisas pesadas para atacar ele. olhava de um lado para o outro ate a vistas a grande arvore embaixo do inimigo. 
  Ela sabia que as setas não poderiam fazer nada, mas as colts sim. Desativando uma das armas, ela mirou com a outra ativada e acertou um galho da arvore. Antes que o Oni percebesse, o galho caiu sobre ele. Mesmo assim não o matou.
  Samira já estava cansada dele, e nada que ela fazia causava a morte da criatura. Chegou mais perto para avaliar a situação. O hippie estava tentando se levantar, mas o galho pesado não deixava. Ele escutou um pequeno estrondo a sua frente e percebeu que o mudo havia conseguido tirar o poste. 
  Sem saber muito o que fazer, mirou na cabelo do hippie e atirou. O Oni se tornou fumaça, desaparecendo na frente dela.
  O mudo surgiu, com o enorme poste de concreto nas mãos. Ele girou o enorme objeto e tentou acertar Samira assim como uma bola de beisebol. Ela rolou e desviou com bastante facilidade, notando que o mudo com o poste ficara mais lerdo. 
  Ela pegou a colt que havia guardado e partiu para aproxima luta.
***
  Depois de vários socos e chutes, Diego percebeu que iria perder se continuasse daquele jeito. 
  As copias do pagodeiro eram tão fortes quanto o original. E Diego não tinha mais nenhuma carta na manga. Toda vez que ele atacava um achando que era o verdadeiro, a copia sumia e outra aparecia acertando-lhe um soco na cara ou um chute na barriga ou nas costas. 
  O de chapéu ria e se divertia com a cena, e Diego sentia cada vez mais raiva dele. 
  Diego estava cansado, e respirava cada vez mais rápido a procura de oxigênio para se manter em pé. Seus movimentos cada vez mais lentos, e do adversário mais rápido.
  A espada começara a ficar pesada em sua mão e Diego tinha que pensar rápido para sair daquela armadilha. E algo ainda pior deixava-o irritado.
  Ele não tinha habilidades que permitiam ajuda-lo no ataque como Lukas e nem habilidade que repeliam os inimigos como Samira. Tinha apenas um droga de habilidade que permitia a ele ver a alma dos outros. 
  ''Nenhuma habilidade é inútil, Diego''. A voz de Samantha repetia na cabeça do garoto. 
  O ultimo ataque que ele desferiu na copia repetiu todo o processo. apareceu outro igualzinho e socou seu rosto. Ele foi ao chão.
  Se essa habilidade não é inútil, o que ela pode fazer?
  Diego se levantou novamente. Já tinha enfrentado vários moleques da escola e sempre se levantava, mesmo que fosse pra apanhar novamente. E ali não seria diferente. 
  Se apoio na espada e olhou para seu adversários. Todos riam para ele e pronto para mais uma partida de ''Vamos bater em um alquimista''.
  Estava com tanta raiva deles. Qualquer coisa é melhor que nada. Olhou fixamente para os inimigos e concentro o máximo que pode. Não demorou muito para que as almas surgissem. Duas bolas negras flutuavam bem ao centro deles. Mas espera. Pensou Diego. Duas almas.
  Diego estava certo. Apenas um deles tinha alma. Os outros não. O que tinha alma significava que... Aquele era o verdadeiro. Pensou Diego.
  Pegou a espada e foi em direção a um, que ele sabia que era o falso. A copia não reagiu, sabia o que iria acontecer depois. Diego ainda estava vendo as almas, para o caso do verdadeiro tentar escapar.
  No ultimo instando, Diego mudou de alvo, mirando no coração do verdadeiro.
  A lamina entrou, rasgando o que seria a carne e quebrando o que seriam os ossos. Todas as copias desapareceram e o Oni de chapéu perdeu o sorriso no rosto na mesma hora. 
  O Pagodeiro estava de olhos arregalados, e então desapareceu na fumaça negra.
  Diego viu a ira no rosto do Oni de chapéu e sabia que teria mais uma luta pela frente, porém sua energia estava gasta e depois de ver tantas almas em um único dia, estava cansado. Lembrou-se dos amigos que estariam na mesma situação que ele em algum lugar daquela enorme praça. Lembrou-se de Trevor, que eles tinham deixado para trás.
  - Será que Trevor está em uma situação melhor que a gente?
***
  Dianna entrou na grande biblioteca e se dirigiu a mesa de centro. Sempre segurando sua caderneta. Parecia que ela nunca desgrudava daquilo.
  - Boa noite Cássia - Disse ela.
  - Boa noite Dianna.
  - Onde estão os quatro alquimistas? - Pergunta Dianna.
  - Você deve estar falando de Lukas e sua turma - Respondeu Cássia - Bem, apenas Trevor voltou por enquanto.
  - Como assim apenas ele voltou? Ele não foi com os outros na mesma missão? Por que só ele voltou? - Questionou Dianna
  - Na verdade não - Respondeu Cássia - Lukas, Diego e Samira pegaram uma missão sem a companhia de Trevor, que apareceu logo depois deles, pegando três missões. 
  - Três missões de uma só vez? - Disse Dianna impressionada.
  - Sim, ele disse que seria mais rápido assim, pois já sairia de uma e ia para outra.
  - Bem, então Trevor chegara depois dos outros...
  - Não foi bem assim - Disse Cássia interrompendo Dianna - Faz pouco tempo que Trevor passou por aqui para pegar um livro emprestado. Ele estava sujo e com as roupas rasgadas. Mas parecia bem.
  - Entendo - Disse Dianna - Pois então, até amanhã Cássia. Você ainda vai demorar para ir?
  - Não, vou só acabar com essa lista e ir embora para casa.
  - Até amanha então.
  Dianna despediu-se da amiga e saiu da biblioteca. Trevor pegou três missões depois dos outros, que pegaram apenas uma. E mesmo assim, Trevor acabou antes deles. Em uma ordem comum ele teria que demorar bem mais, mas foi ao contrario. Pensou ela cruzando a porta.
***
  

domingo, 12 de janeiro de 2014

Ressonância 36º

Capitulo Trinta e Seis

Praça Pública - Parte 2

  Quando estamos prestes a morrer, nossa vida inteira passa diante dos nossos olhos. Foi o que aconteceu com Samira quando viu a arvore vindo em sua direção. Pensou em atirar, mas não tinha tempo suficiente. Esperou o impacto, quando viu um vulto passar por ela.
  Diego surgiu e ficou entre Samira e a arvore no instante que o tronco iria acertar a amiga. A espada surgiu em sua mão, mantendo-a exatamente na vertical.
  O tronco chocou-se com a lamina da espada, que por algum motivo não se quebrou com o impacto da madeira.
  Diego foi empurrado um pouco para trás, e colocando a maior força no braço, cortou a arvore ao meio, caindo ao lado de Samira  as grandes toras de madeira.
  Tamanha força. Pensou Samira.
  Diego correu em direção ao Oni que arremessara a arvore. Com não sabia falar, rugiu pra o garoto. Mas Diego se focou apenas em um, quando havia mais três junto a eles. O Oni de chapéu deu um jogo de corpo em Diego, que desequilibrou e caiu para o lado.
  - Cuidem da garota - Gritou o de chapéu - Eu cuido deste aqui. Você, me ajude - Disse apontando para o que parecia um pagodeiro.
  Apesar de estar cercada, Samira conseguia ver Diego nitidamente, porem duvidava muito que pudesse salva-la se resolvessem jogar mais uma arvore.
  Olhou para alem do Onis mudo, mas não via Lukas em lugar algum. Espero que ele esteja bem.
  O mudo começou a se aproximar cada vez mais rápido de Samira. Ela reparou que o hippie começava a se mover e teve uma ideia. Esperou o momento certo para não cometer erros. O Onis se aproximava já correndo. Samira se concentrava ao chão na sua frente e uma grande seta se formou, porem de alguma forma ela sabia que aquela seta não iria se o suficiente. Então se concentrou mais. A seta pareceu brilhar mais com uma cor mais viva.
  O Oni não teve chance. Ao ficar em cima da seta, foi jogado para o lado na maior velocidade e caiu em cima do hippie. Samira comemorou a vitoria. Virou-se para ir ajudar Diego quando ouviu passos correndo e alguém pegou-na pelo pescoço e a prendeu na parede.
  - Se achando muito espertinha, não é? - Disse o Hippie.
***
  Lukas ouviu um estrondo vindo do outro lado da praça. Repetia a si mesmo que o amigos estavam bem. Dois havia seguido ele. Em tinha uma barba longa e o outro um bigode do tipo espanhol. Não haviam nada de anormal, com exceção do braço desfigurado do de bigode por causa do tiro de Samira.
  Não tendo nenhum lugar que pudesse usar como proteção, Lukas correu o máximo que pode para despistar dos onis que estavam perseguindo-o. Quando viu uma oportunidade, virou-se e se escondeu atras de uma arvore. Retirou os anéis, que se transformaram automaticamente. Manteve o arco junto ao corpo para não perceberem ele.
  Virou a cabeça para ver seus adversários e viu que eles se separaram para procurar o garoto. Lukas preparou o arco. Respirou fundo e mirou. Foi quando viu que nenhum dos dois estavam mais la. Totalmente sem intender, saiu de seu esconderijo. Ainda com a flecha no arco, caminho a procura dos onis. Nada encontrou.
  Seguiu entra as arvores mais altas ate a visualizar a fonte onde fora jogado. Escutou o barulho de galhos se mexendo e percebeu a burrada de ter saído de trás daquela arvore.
  Olhou para cima e viu algo caindo. Sem pensar e muito menos mirar, atirou a flecha. O Oni urrou de dor, mas não foi o suficiente para mata-lo e muito menos para para-lo. Ele caiu no chão e se jogou em cima de Lukas, que caiu para o lado. Era o bigodudo. Sua mão desfigurada já tinha virado uma mão monstruosa, com cinco garras enormes.
  Um estrondo fez Lukas se virar e se viu cercado pelo bigodudo e pelo barbudo. O visual do barbudo não era melhor que a do aliado. Seus olhos estavam completamente negros e suas mãos estavam meio deformadas e com garras.
  Eles andavam em circulo, se aproximando de Lukas. As vezes desferiam golpes no ar para intimidar o garoto. Giraram tanto que Lukas acabou lembrando que não estava sozinho naquela batalha.
  Sorriu. Se sentiu esperançoso novamente. Os dois avançaram em direção a Lukas. Ele levantou a mão direita para o auto.
  - Kaze - Gritou ele.
  O grande circulo surgiu tornando-se um tornado, expandindo-se e acertando os dois onis.
  O tornado se desfez e Kaze apareceu parando de rodar. Parecia bem disposta e animada. Ela e Lukas ficaram um de costas para o outro. Os dois onis não pareceram se ferir com o tornado de Kaze. E isso era um problema.
  - E agora começa a verdadeira luta - Disse Lukas - São eles ou nós, Kaze.
  O espirito concordou confiante.
***
  Diego estava preso, com o peso do Oni de chapéu sobre seu corpo. Ele havia derrubado o garoto e tentado mata-lo atacando seu pescoço, se não fosse pela espada, Diego já teria dito adeus ao mundo. A lamina impedia que o Oni se aproximasse de sua garganta. O pagodeiro permaneceu em pé próximo aos dois, apenas rindo.
  - Você não é como os outros dois - Disse o Oni - Eles tem poderes, você não.
  O bafo quente e totalmente nauseante misturado com aqueles dentes horríveis deixava Diego tonto.  Já era meio difícil ver a alma de alguém normalmente, e aquilo atrapalhava mais ainda.
  Ele não podia contar com a habilidade, não iria ajuda-lo naquele momento. Teria que usar a boa e velha luta corpo a corpo.
  Esperou ate o Oni em cima dele dar uma brecha, o que não demorou. Ele se ergueu para tentar outro bote no garoto. Sem perder tempo, Diego dobrou a perna ate que conseguiu colocar os pés na bariga do inimigo, impulsionando com a maior força que pode. O Oni demorou para reagir e quando agiu, foi tarde demais, ele já estava passando por cima de Diego e caindo no asfalto duro.
  Diego se levantou o mais rápido que pode e ficou em posição de ataque que aprendeu nos filmes.
  O pagodeiro ajudou o mestre dele a se levantar e rugiu para o garoto. Diego não se intimidou e foi em direção aos dois inimigos. O que não foi uma boa ideia.
  Os dois Onis investiram um chute que acertou bem o peito de Diego, fazendo-o ser lançado para trás. Não dando o braço a torcer, Diego foi novamente, dessa vez, prestando mais atenção nos movimentos dos inimigos. Quando chegou perto, o de chapéu deu um passo a frente e tentou soca-lo no queixo, mas Diego foi rápido o suficiente para se desviar e desferir um golpe que arrancaria a cabeça do Oni. Mas, para o azar de Diego, não foi bem isso que aconteceu, o Oni de chapéu conseguiu repetir o gesto de Diego, como se tivesse previsto os movimentos do garoto.
  Mesmo sendo uma copia, foi bem mal feita, já que não conseguiu ser rápido o suficiente para tirar sua mão, que foi cortada fora quando a lamina da espada desceu.
  O rugido de dor ecoou pela praça deserta. Diego sorriu triunfante. O pagodeiro não ficou muito feliz com a ação do menino. Deu um empurrão em Diego e ficou entre ele e o mestre.
  - Você vai se arrepender do que fez - Disse o Oni.
  Diego não percebeu de imediato, mas logo notou que estava cercado por sete Oni exatamente iguais ao pagodeiro. Eles começaram a correr em direção a Diego e ataca-lo com os próprios punhos.
  Diego desferia golpes em uns e era acertado por outros, mas nenhum morria.
  Quando conseguiu se livrar de todos os Oni. Parou para retomar o foco e se viu no centro de um circulo formado pelos Onis copias do pagodeiro.
  Ferrou. Foi a unica coisa que conseguia pensar naquela hora.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Ressonância 35º

Capitulo Trinta e Cinco

Praça Pública

  A missão não era em um local fechado, como a fabrica e o shopping. Era em uma praça publica perto o suficiente da academia para ir a pé.
  Foi uma caminhada tranquila e alegre. Diego não tocou no assunto que teve com Samantha e seus amigos não pareciam se importar, o que facilitava as coisas para ele. Sempre que eles paravam, por qualquer motivo que fosse, Diego tentava ver a alma de alguém. Quase sempre conseguindo.
  Chegando na tal praça, perceberam que não seria tão simples assim. O lugar estava lotado de pessoas. Alguns brincando com discos, outros conversando, outros em um piquenique, outros de bicicleta.
  - Meu Deus, isso aqui esta cheio. - Disse Lukas.
  - Como vamos achar os Onis no meio de tanta gente? - Perguntou Samira.
  Diego sorriu.
  - Deixem comigo - Disse ele.
  Ele começou a andar entre a multidão olhando para cada individuo sem deixar escapar um.
  - O que ele esta fazendo? - Perguntou Samira.
  Lukas não sabia. Ele apenas seguiu o amigo pela praça.
  Não era um lugar muita agradável para Lukas. Muitas pessoas em um mesmo lugar deixavam ele nervoso.
  Uma volta na praça e nada foi encontrado. Diego continuava olhando um por um. Parecia um investigador.
  - Ali - Gritou Diego.
  A sorte era que todos gritavam la, e a voz de Diego foi abafada. Lukas e Samira olharam para o local que Diego citou.
  Em um banco de madeira, havia uma banda de rua cantando meio desafinada.
  - Não podemos fazer nada com toda essa gente aqui. - Disse Lukas.
  - Vamos ficar de olho neles. Quando esvaziar um pouco a praça, nos vamos ter uma conversa com aqueles caras. - Disse Diego.
  - Você está tão animado - Comentou Lukas.

  Encontraram uma sombra em uma cafeteria e aproveitaram para tomar um café. O grupo continuava no mesmo lugar, tocando as mesmas musicas.
  - Quem eles estão querendo enganar? - Indagou Diego.
  - Quem, nos, estamos querendo enganar? - Retrucou Lukas  - Adolescentes tomando café?
  - Esses cupcake são maravilhosas - Disse Samira devorando uma bandeja de cupcakes.
  Lukas ficou observando aqueles homens. Como Diego sabe que eles são Onis? Pensou ele.
  Eles fizeram movimento e começaram  arrumar as coisas para sair.
  O sol já estava se pondo, e apenas algumas lojas estavam aberta. A praça não era mais a mesma. A numero de pessoas diminuiu bastante e tinha pouco mais de uma duzia de indivíduos.
  Os integrantes da banda pareciam suspeitos, andavam e olhavam de um lado para o outro.
  - Como você sabe que eles são Onis? - Perguntou Lukas.
  - Por que eu sou o cara - Disse Diego Com o peito estufado. - Alem, do mais, olha para eles, mais suspeitos que isso não da pra ficar.
  Os três se levantaram de onde estavam e foram atras dos músicos. Eles não parecia perceber a presença dos alquimistas.
  - Um plano - Disse Lukas - É o que precisamos.
  - Pra que? É só ir la e bater - Disse Diego.
  - Meninos - Chamou Samira.
  - Não é só ir lá e bater Diego - Disse Lukas - Tem que ter uma estrategia.
  - Meninos - Chamou Samira novamente.
  - Estrategia? - Indagou Diego - Isso demora demais, e nem sempre funciona.
  - Meninos - Insistiu Samira.
  - O que que foi? - Disse os dois ao mesmo tempo.
  - Não eram seis deles? - Perguntou ela.
  Lukas e Diego olharam para os músicos e como Samira havia dito, faltava um.
  - Onde é que ele esta? - Perguntou Diego.
  Eles olharam de um lado para o outro mas nada encontraram. Lukas esticou o pescoço para ver melhor, mas corria o risco de ser visto, então voltou novamente para o esconderijo perto das arvores.
  - Cade ele? - Repetiu Diego.
  Lukas sentiu uma bufada em seus cabelos.
  - Espera ai... - Começou a dizer ele quando foi erguido.
  Assim como Diego, os dois foram pegos por um dos homens que estavam tocando. O homem que faltava. Ele ria enquanto mantinha os dois erguidos no ar. Samira deu um grito de susto, mas logo se recompôs e retirou um dos hashis. Mirou no homem.
  Vendo que estava sob a mira de uma arma. Ele arremessou os dois garotos, que por sorte, caíram na fonte no centro da praça. Samira se descuidou ao olhar e foi surpreendida por uma mão fechada vindo em sua direção. Ela se afastou no ultimo segundo, fazendo com que o homem acertasse a arvora e destruindo metade dela. Samira se sentiu aliviada por não ter levado aquele soco.
  Ela correu ate a fonte e encontrou seus amigos tentando se recuperar da viagem.
  Logo, os seis músicos estavam juntos.
  - Vocês são péssimos espiões - disse um com chapéu e dreadlock. - Estavam nos observando desde o momento que chegaram.
  Por algum motivo, os outros cinco só riam, mas nada falavam.
  - O que vocês são? - Perguntou ele - Onis querendo o território? Humanos idiotas espionando pessoas?
  Um deles, que parecia não saber falar, apontava para Diego e gemia alguma coisa que poderia ser palavras.
  - O que foi? - Disse o do chapéu com autoridade.
  Olhou para Diego por alguns instantes e sorriu ao ver o que tanto o outro apontava.
  - Não, vocês não são humanos. Eu reconheceria esse broche em qualquer lugar. Alquimistas.
  Samira olhava rapidamente para os lados para ver se alguém passava por perto, o que, como sempre, não acontecia.
  - Trevor ajuda aqui? - Disse ela, mas ninguém respondeu - Trevor?
  Ela olhou de um lado para o outro
  - Cade ele? - Disse Diego - Não estava atras de nos?
  - Não dessa vez - Respondeu ele - Esquecemos de chama-lo. Das outras vezes ele estava junto por que tinha que estar, mas agora pegamos uma missão por conta própria
  - Seis contra três? Estamos em desvantagem. - Disse Samira - Sera que damos conta?
  - Vamos sim - Disse Diego firmemente - Somos alquimistas e nascemos para isso vamos provar para esses onis do que somos capazes.
  Os amigos olharam surpresos, se perguntando de onde vinha tanta coragem de Diego e como ele conseguiu dizer tal frase.
  O homem de chapéu começou a caçoar os alquimistas e assunto sobre coisas ridiculas de Onis.
  Lukas se aproximou mais de Samira e com todo o cuidado para não ser notado, passou as mão pelas costas de Samira ate a nuca e puxou a ponta do outro hashi, por sorte, os homens não notaram o cabelo da menina caindo. Na verdade o de chapéu estava mais preocupado em chamar os três de todos os nome possível. Entendendo o recado, Samira colocou uma das mãos para trás e pegou seu objeto.
  Com a mesma mão, Lukas deu um tapa no cotovelo de Diego para deixa-lo alerta da ação. Todas as duvidas que Lukas tinha se eles eram ou não Onis foram embora depois de ser arremessado feito uma bola pela praça.
  - Então vocês acham que podem chegar aqui e caçar a gente? - Perguntou retoricamente o homem de chapéu.
  Samira mirou seus hashis que se transformaram em suas armas.
  - Sim - Disse ela confiante- Podemos.
  E atirou.
  Um dos tiros acerto a barriga de um que parecia cantor de pagode. Caiu para trás com o impacto da bala, mas não foi o suficiente para mata-lo. O outro tiro acertou o homem de bigode, acertando seu braço, desfigurando todo ele.
  - Não funcionou. - Disse Samira.
  - Ora sua vadiazinha - Gritou o de chapéu.
  Ele apontou para os três e os cinco Onis partiram para o ataque.
  Samira e Diego foram para um lado e Lukas para o outro. Os Onis se atrapalharam e um começou a tropeçar no outro. Um acabou caindo na fonte. Concluindo que dois seguiram Lukas e três seguiram Samira e Diego. E assim as coisas começaram a ficar serias.

  Samira usou suas setas e arremessou um banco da praça nos Onis. Dois desviaram, mas aquele que não sabia falar não foi tão esperto e foi acertado em cheio, sendo arremessado para trás. O outro que parecia um hippie correu em sua direção. Ela tentou mata-lo com as colts, mas os tiros não parecia afetar, e ela não sabia o por que. Ele se aproximava, e sua unica opção era correr. Deu meia volta e saiu em disparada pela praça.
  Olhou para trás e viu o hippie e o calado atras dela. Ela olhou pela praça e pela rua e procura de algum tipo de ajuda. Avistou latas de lixo e pequenas pedras na esquina e correu ate la.
  No meio do caminho, se desviou de pedras e bancos que iam sendo arremessadas pelos Onis. Ela arremessou outro banco. Já se sentia com pratica para fazer aquilo, ficava mais fácil a cada dia e as setas se formavam quase que de imediato.
  Quando chegou ao seu destino, ela se virou triunfante, sabendo que ali, os Onis não teriam chance alguma. Mas desanimou ao reparar a situação. O calado tentava arrancando uma arvore da praça, sua força era tão grande que ele estava conseguindo arrancar. Droga, esqueci que era ele que tinha arremessado os meninos. 
  Mais que depressa, ela começou a atirar, tentando atrapalhar o calado, e isso funcionou. O problema é que ela esqueceu do outro.
  Ele veio com tudo e deu um jogo de corpo nela. Por sorte, aquele Oni não tinha a mesma força que o calado, e foi um golpe normal, com de um ser humano. Ela cambaleou para trás, mas se recompôs no mesmo instante e atacou o homem com suas colts.
  Os ataques funcionaram e o homem foi recuando e protegendo o corpo com as mãos, assim as balas acertavam seus braços e sangue negro jorrava dos machucados. Por fim o hippie caiu no chão.
  Samira se perguntou por que ele não se desfez como era para acontecer. Por fim, escutou um barulho alto, mais parecido com um estrondo, virou-se para o local de onde vinha o barulho quando deu de cara com uma arvore sendo jogada contra ela.
  Ela gelou, todos os músculos de seu corpo endureceram e ela não conseguiu sair do lugar.
  - HEEEEELP - Gritou ela.